I Coríntios 1.10-17
“Por que uma igreja
morre?” Esse foi o questionamento feito por um garoto de doze anos
a um velho pastor. Com os olhos marejados de água, enquanto folheava
as páginas da Bíblia, o ancião dizia ao garoto: “Os cristãos
cometem muitos enganos nesse assunto. Muitos pensam que a igreja
morre em conseqüência dos ataques de Satanás. Mas o inferno não
tem poder para destruir a igreja. Pelo contrário; diante da igreja,
são as portas do inferno que não podem prevalecer. O maior inimigo
da igreja não são os demônios nem alguma ausência de atividade
evangelística, nem alguma deficiência no ensino, nem algum tipo de
problema financeiro, mas as divisões entre os crentes. Jesus afirmou
que um reino dividido não pode subsistir (Marcos 3.24). Assim, se a
igreja está dividida, ela não consegue sobreviver. Antes, ela
morre.”
O apóstolo Paulo sabia
que a morte de uma igreja acontecia como conseqüência das divisões.
Por isso mesmo, tão intensamente, ele alertou a igreja de Corinto
sobre esse assunto. Em I Coríntios 1.10-17 ele escreveu sobre isso.
Nas suas palavras contra a divisão, Paulo apontava para o próprio
Senhor Jesus: Cristo não estava dividido e, por isso, nós, os
cristãos, devemos lutar contra as divisões.
Devemos lutar contra a
diferença na linguagem
Uma das causas da
multiplicação das divisões é a diferença na linguagem. Se as
pessoas de uma comunidade começam a não concordar naquilo que
falam, essa comunidade corre um sério risco de morrer. Paulo sabia
disso. Por isso, quando escreveu para os crentes de Corinto, ele
alertou: “Irmãos, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo, suplico a
todos vocês que concordem uns com os outros no que falam, para que
não haja divisões entre vocês, antes, que todos estejam unidos num
só pensamento e num só parecer.” (I Coríntios 1.10)
A diferença na linguagem
acontece quando os cristãos começam a enfatizar um único
ensinamento em detrimento dos demais ensinamentos da Escritura. É
como se um grupo começasse a enfatizar somente a batalha espiritual;
outro, somente a teologia sistemática; um terceiro grupo, somente
missões; outro, somente a cura divina; um quinto enfatizasse somente
as células; outro, somente a importância do seminário; e assim por
diante. São vários grupos distintos dentro da igreja dizendo que os
seus ensinamentos são os mais importantes e os mais relevantes,
anunciando somente as suas linguagens características.
Inconscientemente, eles vão promovendo a divisão dentro da igreja.
A sobrevivência da
igreja depende da unidade na linguagem. Os cristãos dos primeiros
séculos sabiam disso. Por isso, quando um crente se levantava
trazendo algum ensinamento diferente daquele exposto na Bíblia ou
que enfatizasse apenas um único aspecto da Bíblia, logo iniciava-se
uma “movimentação santa”. Os crentes se reuniam e debatiam
sobre aquele novo ensinamento até identificarem a posição das
Escrituras e os problemas de se enfatizar apenas um único ponto.
Eles não descansavam até que a linguagem fosse unificada dentro da
igreja.
Devemos lutar contra a
ênfase no partidarismo
O ser humano tem uma
tendência natural de se ligar aos grupos com os quais se identifica.
Isso não é ruim; faz parte da nossa individualidade como seres
humanos e a Bíblia não condena esse tipo de associação natural.
Mas a Bíblia condena, sim, aquela associação que nasce a partir de
divisões dentro de um determinado grupo. Ela condena as associações
com ênfase no partidarismo, em que as pessoas valorizam o seu
próprio grupo e desprezam os demais. Era isso que estava acontecendo
dentro da igreja: as diferenças de linguagem estavam provocando
divisões e promovendo partidarismos. (I Coríntios 1.12)
Esse tipo de postura só
esvazia o significado de igreja, enfatiza a criação de partidos
dentro da comunidade, faz nascer divisões entre as pessoas e
enfraquece a igreja. Mas Cristo, o Cabeça da igreja, não está
dividido. Por isso mesmo nós devemos lutar contra a ênfase no
partidarismo.
Dentro das disputas na
igreja de Corinto, os grupos procuravam se fortalecer, tentando
conseguir o maior número possível de adeptos através dos batismos.
Na cabeça deles, quando alguém batizava o batizado já era adepto
do grupo desse alguém. E, absurdamente, esses grupos estavam
promovendo essa competição, usando o nome de Paulo, de Apolo e de
Pedro. Diante disso, Paulo pergunta: “Acaso Cristo está dividido?
Foi Paulo crucificado em favor de vocês? Foram vocês batizados em
nome de Paulo? Dou graças a Deus por não ter batizado nenhum de
vocês, exceto Crispo e Gaio; de modo que ninguém pode dizer que foi
batizado em meu nome (Batizei também os da casa de Estéfanas; além
destes, não me lembro se batizei alguém mais). Pois Cristo não me
enviou para batizar, mas para pregar o Evangelho.” (I Coríntios
1.13-17a).
Paulo mostra que era um
absurdo as pessoas se dividirem em partidos e competirem por pessoas.
Cristo não está dividido; por isso, devemos lutar contra a
competição por pessoas. Devemos entender que as pessoas que chegam
à igreja não nos pertencem, mas a Cristo. Nós somos apenas os
vasos usados por Deus para ministrar o Evangelho àqueles que se
convertem. Ainda que devamos ser modelos para as pessoas, devemos
formar seguidores – não de nós mesmos, mas de Cristo. Se cada
pessoa formar seguidores dela mesma, haverá várias linguagens,
vários partidos e grande divisão dentro da igreja. Contudo, como
afirmou o apóstolo Paulo, Cristo não está dividido.
Pessoas dividadas, corações dividos, corações partidos e fé quase morta.
Frutos divididos futuramente dividirão novamente a igreja.
Pessoas dividadas, corações dividos, corações partidos e fé quase morta.
Frutos divididos futuramente dividirão novamente a igreja.
Crédito estudos.gospelmais
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