A igreja é o povo chamado por Deus das trevas para
a luz, da escravidão para a liberdade, do pecado para a santidade,
da perdição para a salvação. O homem natural está longe de Deus,
é rebelde contra Deus, e está morto em seus delitos e pecados.
Ninguém vem a Deus por si mesmo. Ninguém pode vir a Cristo se o Pai
não o trouxer. É Deus quem opera no homem tanto o querer quanto o
realizar. É Deus quem tira a viseira dos seus olhos e o tampão dos
seus ouvidos. É Deus quem abre o coração e dá o arrependimento
para a vida. É Deus quem dá a fé salvadora e justifica o pecador.
A igreja é o povo chamado do mundo para um
relacionamento particular com Deus. Somos adotados na família de
Deus. Somos filhos de Deus, herdeiros de Deus e co-herdeiros com
Cristo. Fomos chamados para um lugar de vida e não para as sombras
da morte. Fomos chamados para vivermos de forma abundante e
superlativa e não para nos apresentarmos no palco do mundo com um
arremedo de vida. Fomos chamados para a liberdade em Cristo e não
para colocarmos novamente nosso pescoço no jugo da escravidão.
A igreja é um lugar de vida, e nós podemos
usufruir essa vida abundante, por três razões:
Em primeiro lugar, porque aqueles que estão em
Cristo ao olharem para o passado têm convicção de que seus pecados
foram perdoados. Todo aquele que pela fé veio a Cristo, e o recebeu
como Salvador, foi justificado e não pesa mais sobre ele nenhuma
condenação. Com respeito à justificação foi liberto da
condenação do pecado. Seus pecados foram cancelados. Sua dívida
foi paga. A lei foi plenamente cumprida e as demandas da justiça
satisfeitas. Quem está em Cristo é nova criatura. Recebe um novo
coração, uma nova mente, uma nova vida, uma nova família, uma nova
pátria. Nosso passado foi passado a limpo e fomos lavados no sangue
de Jesus e, agora, temos uma nova vida, sem as peias da culpa.
Em segundo lugar, porque aqueles que estão em
Cristo ao olharem para o presente têm convicção de que podem viver
estribados no poder de Deus. Aquele que está em Cristo não está
mais debaixo do poder do pecado. Não é mais escravo do pecado. O
poder que opera nele não é mais o poder da morte, mas o poder da
ressurreição. Nele habita plenamente a palavra de Cristo. Ele foi
feito templo do Espírito Santo. Cristo habita em seu coração pela
fé. Ele morreu para o pecado e, agora, está vivo para Deus. A
suprema grandeza do poder de Deus está à sua disposição para
viver vitoriosamente, pois com respeito à santificação foi liberto
do poder do pecado.
Em terceiro lugar, porque aqueles que estão em
Cristo ao olharem para o futuro têm
convicção de que caminham para
a glória. O nosso futuro já está determinado. E determinado não
por um destino cego, mas pelo Deus onipotente. Aqueles que Deus
conheceu, predestinou, chamou e justificou, a esses Deus também
glorificou. Nossa glorificação é um fato futuro, mas na mente de
Deus e nos decretos de Deus já está consumado. Não caminhamos para
um ocaso lúgubre, mas para a eternidade bendita. Não marchamos para
um túmulo gelado, mas para a ressurreição gloriosa.
Não nos
assombramos diante de um futuro incerto, mas gloriamo-nos na
esperança da glória de Deus. Receberemos um corpo semelhante ao
corpo da glória de Cristo. Viveremos e reinaremos com Cristo por
toda a eternidade. Deus, então, enxugará dos nossos olhos toda a
lágrima, porque com respeito à glorificação seremos libertos da
presença do pecado.
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