Serpentes.
Só a menção deste nome já causa arrepios em muita gente. Na
primeira vez que morei na Flórida, tive que expulsar uma serpente
que invadira nosso quintal. Vali-me do báculo episcopal que havia
recebido em minha sagração a bispo. Recentemente, uma serpente
negra, muito parecida com aquela que enfrentei, apareceu em nosso
jardim. Tânia, minha esposa, tentou espantá-la, porém em vão.
Sorte a nossa que essas serpentes negras, tão comuns nesta região
da América, não são peçonhentas. Bem diferentes daquelas que,
segundo a tradição, foram expulsas da Irlanda por Patrício, bispo
cristão que viveu entre 385 e 461 d. C. Até hoje não há cobras em
território irlandês. Segundo a lenda, a Irlanda era infestada de
serpentes, até o dia em que Patrício as expulsou.
Geralmente,
acredita-se que sonhar com serpentes indica que alguém está sendo
traído. Eu mesmo passei por uma experiência destas.
Havia
um pastor em nosso ministério em quem eu confiava cegamente. Eu o
tinha como um filho, e um dos possíveis candidatos à minha
sucessão. Minha confiança nele era tão grande, que deixei-o à
frente da igreja que eu mais amava. Prestes a viajar para o Exterior,
tive uma sensação horrível, e temi que algo fosse acontecer
durante essa viagem. Convidei-o a ir à minha casa, e chamando-o ao
meu quintal, disse-lhe o quanto confiava nele, e pedi para que, caso
algo me acontecesse, ele jamais deixasse apagar a chama da mensagem
da graça e do reino de Deus (ênfases em nosso ministério). Com
lágrimas nos olhos, eu o abracei como um pai ao filho. Naquele
momento, minha mente foi remetida a um sonho que havia tido dias
antes. Sonhei que aquele mesmo quintal onde nos abraçamos, estava
infestado de serpentes. Uma grande, e muitas pequenas. Não comentei
o sonho com ele, mas senti que aquele abraço poderia encontrar
paralelo com o beijo dado por Judas em Jesus. Tempos depois, esse
mesmo pastor agiu traiçoeiramente contra o meu ministério,
expondo-me publicamente com acusações infundadas. Infelizmente, ele
não se arrependeu do que fez, embora lhe tivéssemos dado chance
para tal, mas provocou a divisão de uma das nossas principais
igrejas (que eu mesmo havia iniciado anos antes), contagiando aquele
povo que tanto amávamos, provocando-o contra nós e o nosso
ministério. Foi um dos momentos mais dolorosos que passei em toda a
minha vida. Já havia sido traído antes, mas não por alguém que eu
considerava um filho. Embora o tenha perdoado, confesso que ainda
dói, principalmente quando lembro das lágrimas dos meus filhos
diante daquela injustiça. A hemorragia se estancou, mas a ferida
ainda está inflamada. Alguns dos que aderiram à rebelião, se
arrependeram depois, procurando-me com pedidos de perdão, pois
caíram em si e perceberam o que havia por trás de tudo aquilo:
orgulho e ganância, tão característicos da natureza humana.
A
serpente não é apenas símbolo de traição, como também é
símbolo da malignidade de nossa própria natureza. Por isso, o
salmista exclama: “Desviam-se os ímpios desde a mad
Quando
Deus dá Asas a Cobra
Serpentes.
Só a menção deste nome já causa arrepios em muita gente. Na
primeira vez que morei na Flórida, tive que expulsar uma serpente
que invadira nosso quintal. Vali-me do báculo episcopal que havia
recebido em minha sagração a bispo. Recentemente, uma serpente
negra, muito parecida com aquela que enfrentei, apareceu em nosso
jardim. Tânia, minha esposa, tentou espantá-la, porém em vão.
Sorte a nossa que essas serpentes negras, tão comuns nesta região
da América, não são peçonhentas. Bem diferentes daquelas que,
segundo a tradição, foram expulsas da Irlanda por Patrício, bispo
cristão que viveu entre 385 e 461 d. C. Até hoje não há cobras em
território irlandês. Segundo a lenda, a Irlanda era infestada de
serpentes, até o dia em que Patrício as expulsou.
Geralmente,
acredita-se que sonhar com serpentes indica que alguém está sendo
traído. Eu mesmo passei por uma experiência destas.
Havia
um pastor em nosso ministério em quem eu confiava cegamente. Eu o
tinha como um filho, e um dos possíveis candidatos à minha
sucessão. Minha confiança nele era tão grande, que deixei-o à
frente da igreja que eu mais amava. Prestes a viajar para o Exterior,
tive uma sensação horrível, e temi que algo fosse acontecer
durante essa viagem. Convidei-o a ir à minha casa, e chamando-o ao
meu quintal, disse-lhe o quanto confiava nele, e pedi para que, caso
algo me acontecesse, ele jamais deixasse apagar a chama da mensagem
da graça e do reino de Deus (ênfases em nosso ministério). Com
lágrimas nos olhos, eu o abracei como um pai ao filho. Naquele
momento, minha mente foi remetida a um sonho que havia tido dias
antes. Sonhei que aquele mesmo quintal onde nos abraçamos, estava
infestado de serpentes. Uma grande, e muitas pequenas. Não comentei
o sonho com ele, mas senti que aquele abraço poderia encontrar
paralelo com o beijo dado por Judas em Jesus. Tempos depois, esse
mesmo pastor agiu traiçoeiramente contra o meu ministério,
expondo-me publicamente com acusações infundadas. Infelizmente, ele
não se arrependeu do que fez, embora lhe tivéssemos dado chance
para tal, mas provocou a divisão de uma das nossas principais
igrejas (que eu mesmo havia iniciado anos antes), contagiando aquele
povo que tanto amávamos, provocando-o contra nós e o nosso
ministério. Foi um dos momentos mais dolorosos que passei em toda a
minha vida. Já havia sido traído antes, mas não por alguém que eu
considerava um filho. Embora o tenha perdoado, confesso que ainda
dói, principalmente quando lembro das lágrimas dos meus filhos
diante daquela injustiça. A hemorragia se estancou, mas a ferida
ainda está inflamada. Alguns dos que aderiram à rebelião, se
arrependeram depois, procurando-me com pedidos de perdão, pois
caíram em si e perceberam o que havia por trás de tudo aquilo:
orgulho e ganância, tão característicos da natureza humana.
A
serpente não é apenas símbolo de traição, como também é
símbolo da malignidade de nossa própria natureza. Por isso, o
salmista exclama: “Desviam-se os ímpios desde a madre; andam
errados desde que nascem, proferindo mentiras. Têm veneno semelhante
ao veneno da serpente; são como a víbora surda, que tapa os
ouvidos” (Sl.58:3-4). Não era em vão que Jesus se dirigia
carinhosamente aos religiosos hipócritas de Sua época, chamando-os
de “serpentes, raça de víboras!” (Mt.23:33).
A
figura da serpente habita o imaginário popular, deixando de ser
apenas um réptil asqueroso e rastejante para tornar-se num poderoso
arquétipo. A palavra 'arquétipo' (grego archétypon) pode ser
traduzida por "modelo", "padrão", ou "tipo
primitivo". De acordo com Carl Jung, pai da Psicologia
Analítica, os arquétipos "são as partes herdadas da psiquê",
padrões de estruturação do que Jung denominou de inconsciente
coletivo. Assim como temos uma herança biológica, também teríamos
uma herança psíquica. Estruturas com as quais já nascemos. Cada
nova geração assenta num novo tijolo neste muro psíquico.
A
serpente é um desses arquétipos que acompanham a humanidade desde
os primórdios.
Nas
páginas das Escrituras, ela aparece pela primeira vez como aquela
que tenta o primeiro casal, fazendo-os comer do fruto que Deus havia
proibido. A partir deste episódio fatídico, a serpente passou a
habitar no inconsciente coletivo da humanidade, alimentando-se do pó
produzido pelo caminhar do homem, conforme Deus havia sentenciado.
Com o
passar do tempo, a serpente foi evoluindo. Conquanto tenha perdido a
habilidade de andar, passando a rastejar, ela acabou por desenvolver
a habilidade de voar. A serpente do Éden ganhou asas, deixando de
ser um réptil rastejante, para ser um dragão alado.
Ou não
é isso que lemos em Apocalipse?
“E
foi precipitado o grande dragão, a antiga serpente, que se chama
diabo e Satanás, que engana a todo o mundo” (Ap.12:9).
Pelo
jeito, o diabo conseguiu dar um upgrade na imagem construída no
imaginário popular. Mas não deixou de ser o enganador-mor,
inspirador de toda dissensão entre os homens; aquele que entra
sorrateiramente, sem ser percebido, e ali semeia a discórdia, o
ódio, o ressentimento.
O
mesmo Deus que permitiu que a serpente se infiltrasse no Paraíso sem
ser notada, também permitiu que ela criasse asas, tornando-se assim
o príncipe das potestades do ar. Porém, suas asas são como as de
Ícarus. Na medida em que tenta se elevar, elas vão derretendo, como
asas de cera. O mesmo orgulho que o impulsiona para cima, torna maior
o seu tombo. Por isso, ele é precipitado das alturas. Lá não é
seu lugar. Todos quanto o seguirem, juntamente cairão.
Embora
dotado de asas, o pavão sabe como disfarçá-las. Sabe como entrar
num ambiente sem chamar a atenção para si.
Daí a
preocupação de Paulo com os fiéis de Corinto:
“Mas
temo que, assim como a serpente enganou a Eva com a sua astúcia,
assim também sejam de alguma sorte corrompidos os vossos
entendimentos, e se apartem da simplicidade que há em Cristo. Pois
se alguém for pregar-vos outro Jesus que nós não temos pregado, ou
se recebeis outro espírito que não recebestes, ou outro evangelho
que não abraçastes, de boa mente o suportais...” (2 Co.11:3-4).
Como
pessoas que experimentaram a graça de Deus podem dar ouvido a
qualquer espírito? Deixam a simplicidade do genuíno Evangelho da
Graça por aquilo que foi gerado em corações doentes, cheios de
amargura, vaidade e ganância.
Sem
dúvida, o temor de Paulo era justificável. “E não é de admirar,
pois o próprio Satanás se transforma em anjo de luz. Não é muito,
pois, que os seus ministros se transformem em ministros da justiça.
O fim deles será conforme as suas obras” (vv.14-15).
Tais
obreiros fraudulentos não sabem o que estão entesourando para si.
Veja a exortação que lhes é destinada: “Não te alegres, tu,
toda a Filístia, por estar quebrada a vara que te feria; da raiz da
cobra sairá um basilisco, e o seu fruto será uma serpente venenosa
e voadora” (Is.14:29). Os filisteus festejavam por terem se livrado
do domínio de quem os conquistara. Mas não sabiam que estavam
chocando ovos de serpente. O mesmo se deu com Israel quando
apostatou-se. Isaías os denunciou: “Ninguém há que clame pela
justiça; ninguém comparece em juízo pela verdade. Confiam na
vaidade, e andam falando mentiras; concebem o mal, e produzem
iniqüidade. Chocam ovos de basilisco, e tecem teias de aranha.
Aquele que comer dos ovos deles morrerá, e se um dos ovos é
quebrado, sai dele uma víbora” (Is.59:4-5).
Deixe
que a serpente exiba suas novas asas. Deixe que sua boca se encha de
arrogância. Deixe que se gabe de suas conquistas. O Senhor a
julgará!
A
mentira será revelada! O que estiver escondido virá à tona. Seus
ovos eclodirão, e deles sairão seus filhotes que igualmente o
trairão.
É
praticamente impossível caminhar pelos corredores do mundo cristão
sem se deparar com tais serpentes. Elas estão por aí, em nossos
púlpitos, exibindo credenciais pastorais e diplomas de doutorado em
divindade. O temor de Paulo nos assombra.
Como
sobreviver às suas investidas? Como resistir ao seu encantamento?
Como escapar de seu carisma e simpatia?
Se
voltarmos à simplicidade do Evangelho, seu veneno perderá sua
nocividade.
Paulo
havia sobrevivido a um naufrágio, e estava aquecendo-se ao redor de
uma fogueira juntamente com os demais sobreviventes e alguns nativos
da Ilha onde encontraram socorro. De repente, uma serpente salta da
fogueira e se lhe apega a mão. Os nativos sabiam que era uma espécie
ultra-venenosa, e ficaram esperando pelo momento em que ele cairia
morto. Paulo simplesmente sacudiu a serpente, devolvendo-a ao fogo.
As horas se passaram, e ele sequer queixou-se de mal estar. Apesar de
ter sido julgado mal, de ter sido acusado injustamente, Paulo não
deu ouvidos a nada disso, e prosseguiu em seu caminho (At.28:1-5).
Não
se preocupe com o que digam a seu respeito. Não tente provar nada a
ninguém. Sacode a serpente! Devolva-a ao fogo de onde saiu, e siga
em frente. Só não vale prosseguir com a serpente apegada à sua
mão.
Jesus
garantiu a Seus discípulos que eles segurariam em serpentes, e elas
não lhes faria mal algum (Mc.16:18). Estamos vacinados contra o seu
veneno. No final, a verdade sempre prevalece. Podemos segurar em
serpentes, mas não deixar que elas nos segurem.
Ele
nos deu poder para pisarmos serpentes e escorpiões, e toda a força
do inimigo, e nada, absolutamente nada nos fará dano algum
(Lc.10:19).
Na
finalização de sua carta aos Romanos, Paulo os admoesta e lhes
apresenta uma promessa:
“Rogo-vos,
irmãos, que noteis os que promovem dissensões e escândalos contra
a doutrina que aprendestes. Desviai-vos deles. Pois os tais não
servem a Cristo nosso Senhor, mas ao seu ventre. Com suaves palavras
e lisonjas enganam os corações dos incautos (...) O Deus de paz
esmagará em breve a Satanás debaixo dos vossos pés”
(Rm.16:17-18,20a).
Que
assim seja!
|
Autor: Hermes C. Fernandes | re; andam errados desde que nascem,
proferindo mentiras. Têm veneno semelhante ao veneno da serpente;
são como a víbora surda, que tapa os ouvidos” (Sl.58:3-4). Não
era em vão que Jesus se dirigia carinhosamente aos religiosos
hipócritas de Sua época, chamando-os de “serpentes, raça de
víboras!” (Mt.23:33).
A
figura da serpente habita o imaginário popular, deixando de ser
apenas um réptil asqueroso e rastejante para tornar-se num poderoso
arquétipo. A palavra 'arquétipo' (grego archétypon) pode ser
traduzida por "modelo", "padrão", ou "tipo
primitivo". De acordo com Carl Jung, pai da Psicologia
Analítica, os arquétipos "são as partes herdadas da psiquê",
padrões de estruturação do que Jung denominou de inconsciente
coletivo. Assim como temos uma herança biológica, também teríamos
uma herança psíquica. Estruturas com as quais já nascemos. Cada
nova geração assenta num novo tijolo neste muro psíquico.
A
serpente é um desses arquétipos que acompanham a humanidade desde
os primórdios.
Nas
páginas das Escrituras, ela aparece pela primeira vez como aquela
que tenta o primeiro casal, fazendo-os comer do fruto que Deus havia
proibido. A partir deste episódio fatídico, a serpente passou a
habitar no inconsciente coletivo da humanidade, alimentando-se do pó
produzido pelo caminhar do homem, conforme Deus havia sentenciado.
Com o
passar do tempo, a serpente foi evoluindo. Conquanto tenha perdido a
habilidade de andar, passando a rastejar, ela acabou por desenvolver
a habilidade de voar. A serpente do Éden ganhou asas, deixando de
ser um réptil rastejante, para ser um dragão alado.
Ou não
é isso que lemos em Apocalipse?
“E
foi precipitado o grande dragão, a antiga serpente, que se chama
diabo e Satanás, que engana a todo o mundo” (Ap.12:9).
Pelo
jeito, o diabo conseguiu dar um upgrade na imagem construída no
imaginário popular. Mas não deixou de ser o enganador-mor,
inspirador de toda dissensão entre os homens; aquele que entra
sorrateiramente, sem ser percebido, e ali semeia a discórdia, o
ódio, o ressentimento.
O
mesmo Deus que permitiu que a serpente se infiltrasse no Paraíso sem
ser notada, também permitiu que ela criasse asas, tornando-se assim
o príncipe das potestades do ar. Porém, suas asas são como as de
Ícarus. Na medida em que tenta se elevar, elas vão derretendo, como
asas de cera. O mesmo orgulho que o impulsiona para cima, torna maior
o seu tombo. Por isso, ele é precipitado das alturas. Lá não é
seu lugar. Todos quanto o seguirem, juntamente cairão.
Embora
dotado de asas, o pavão sabe como disfarçá-las. Sabe como entrar
num ambiente sem chamar a atenção para si.
Daí a
preocupação de Paulo com os fiéis de Corinto:
“Mas
temo que, assim como a serpente enganou a Eva com a sua astúcia,
assim também sejam de alguma sorte corrompidos os vossos
entendimentos, e se apartem da simplicidade que há em Cristo. Pois
se alguém for pregar-vos outro Jesus que nós não temos pregado, ou
se recebeis outro espírito que não recebestes, ou outro evangelho
que não abraçastes, de boa mente o suportais...” (2 Co.11:3-4).
Como
pessoas que experimentaram a graça de Deus podem dar ouvido a
qualquer espírito? Deixam a simplicidade do genuíno Evangelho da
Graça por aquilo que foi gerado em corações doentes, cheios de
amargura, vaidade e ganância.
Sem
dúvida, o temor de Paulo era justificável. “E não é de admirar,
pois o próprio Satanás se transforma em anjo de luz. Não é muito,
pois, que os seus ministros se transformem em ministros da justiça.
O fim deles será conforme as suas obras” (vv.14-15).
Tais
obreiros fraudulentos não sabem o que estão entesourando para si.
Veja a exortação que lhes é destinada: “Não te alegres, tu,
toda a Filístia, por estar quebrada a vara que te feria; da raiz da
cobra sairá um basilisco, e o seu fruto será uma serpente venenosa
e voadora” (Is.14:29). Os filisteus festejavam por terem se livrado
do domínio de quem os conquistara. Mas não sabiam que estavam
chocando ovos de serpente. O mesmo se deu com Israel quando
apostatou-se. Isaías os denunciou: “Ninguém há que clame pela
justiça; ninguém comparece em juízo pela verdade. Confiam na
vaidade, e andam falando mentiras; concebem o mal, e produzem
iniqüidade. Chocam ovos de basilisco, e tecem teias de aranha.
Aquele que comer dos ovos deles morrerá, e se um dos ovos é
quebrado, sai dele uma víbora” (Is.59:4-5).
Deixe
que a serpente exiba suas novas asas. Deixe que sua boca se encha de
arrogância. Deixe que se gabe de suas conquistas. O Senhor a
julgará!
A
mentira será revelada! O que estiver escondido virá à tona. Seus
ovos eclodirão, e deles sairão seus filhotes que igualmente o
trairão.
É
praticamente impossível caminhar pelos corredores do mundo cristão
sem se deparar com tais serpentes. Elas estão por aí, em nossos
púlpitos, exibindo credenciais pastorais e diplomas de doutorado em
divindade. O temor de Paulo nos assombra.
Como
sobreviver às suas investidas? Como resistir ao seu encantamento?
Como escapar de seu carisma e simpatia?
Se
voltarmos à simplicidade do Evangelho, seu veneno perderá sua
nocividade.
Paulo
havia sobrevivido a um naufrágio, e estava aquecendo-se ao redor de
uma fogueira juntamente com os demais sobreviventes e alguns nativos
da Ilha onde encontraram socorro. De repente, uma serpente salta da
fogueira e se lhe apega a mão. Os nativos sabiam que era uma espécie
ultra-venenosa, e ficaram esperando pelo momento em que ele cairia
morto. Paulo simplesmente sacudiu a serpente, devolvendo-a ao fogo.
As horas se passaram, e ele sequer queixou-se de mal estar. Apesar de
ter sido julgado mal, de ter sido acusado injustamente, Paulo não
deu ouvidos a nada disso, e prosseguiu em seu caminho (At.28:1-5).
Não
se preocupe com o que digam a seu respeito. Não tente provar nada a
ninguém. Sacode a serpente! Devolva-a ao fogo de onde saiu, e siga
em frente. Só não vale prosseguir com a serpente apegada à sua
mão.
Jesus
garantiu a Seus discípulos que eles segurariam em serpentes, e elas
não lhes faria mal algum (Mc.16:18). Estamos vacinados contra o seu
veneno. No final, a verdade sempre prevalece. Podemos segurar em
serpentes, mas não deixar que elas nos segurem.
Ele
nos deu poder para pisarmos serpentes e escorpiões, e toda a força
do inimigo, e nada, absolutamente nada nos fará dano algum
(Lc.10:19).
Na
finalização de sua carta aos Romanos, Paulo os admoesta e lhes
apresenta uma promessa:
“Rogo-vos,
irmãos, que noteis os que promovem dissensões e escândalos contra
a doutrina que aprendestes. Desviai-vos deles. Pois os tais não
servem a Cristo nosso Senhor, mas ao seu ventre. Com suaves palavras
e lisonjas enganam os corações dos incautos (...) O Deus de paz
esmagará em breve a Satanás debaixo dos vossos pés”
(Rm.16:17-18,20a).
Que
assim seja!
Credito
Autor: Hermes C. Fernandes Mídia Gospel