sexta-feira, 21 de junho de 2013

CULPA





  Introdução

Todos nós sofremos com a culpa. Alguns hoje, outros ontem e muitos amanhã. Desde a queda, o homem sofre com a culpa (Gn 3:8-12). Embora haja a culpa procedente, a maior parte das pessoas sofre de sentimento de culpa improcedente, ou seja, quando na realidade ela não fez nada, mas sente que fez e se sente culpada - como no caso de filhos que se culpam pela separação dos pais; pessoas que se sentem culpadas por terem deixado que adultos abusassem sexualmente delas, quando eram crianças; mulheres que se sentem culpadas por terem sofrido estupro, etc. Há muitas pessoas com esse problema. Entretanto, vamos nos deter na culpa gerada pelo próprio pecado. Esta lição está baseada e adaptada do livro: Aconselhamento Cristão, Gary Collins, Ed. Vida Nova, p.100 -110

I - Tipos de culpa

Segundo os especialistas em aconselhamento bíblico, existem dois tipos de culpa.
I. A culpa real. É a culpa que existe porque uma lei foi quebrada, independentemente de sentir-nos culpados ou não. Os tipos de culpa real são quatro.

A) Culpa legal. Quando uma lei é quebrada. Ex.: ultrapassar o sinal vermelho ou roubar um chocolate no supermercado. Perante a lei, aquele que assim proceder é culpado, independente de ser apanhado ou sentir remorso.

B) Culpa social. Quando quebramos uma lei não escrita, mas socialmente imposta. Ex.: fazer fofoca, fazer uma brincadeira de mau gosto ou comporta-se com grosseria. Nenhuma lei é quebrada e talvez não cause nenhum remorso, mas feriu o código ético social.

C) Culpa pessoal. Quando não fazemos o que é correto. Ex.: não devolver o troco que foi dado a mais, colar numa prova ou ignorar alguém necessitado. Sentimos ou não culpa, mas temos certeza que não foi correto o que fizemos.

D) Culpa bíblica. Quando uma lei de Deus é quebrada. A Bíblia chama essa condição de "pecado".

2. A culpa sentida

É o sentimento desconfortável, remorso ou vergonha que surge com frequência quando falamos, fazemos ou pensamos algo errado, ou deixamos de fazer o que entendemos ser o correto. Como resultados do sentimento de culpa surgem o desânimo, a ansiedade e o medo do castigo.

Quando o sentimento de culpa pelo pecado nos aflige, ele tem um propósito benéfico: serve de aviso de que alguma coisa está errada no nosso relacionamento com Deus ou com os outros.

II  - A Bíblia e a culpa
Na Bíblia, encontramos pouca diferença entre ser culpado e haver pecado. A pessoa é culpada, no sentido bíblico, quando desobedece a uma lei ou a um princípio da Palavra de Deus. O propósito é espiritual, pois visa estimular o ser humano a mudar de comportamento e buscar o perdão de Deus, além de ajudar a resolver conflitos com outras pessoas. Por outro lado, existe um falso sentimento de culpa (complexo de culpa), quando a pessoa coloca sobre ela pesos e cobranças que o próprio Deus não faz.



I. Complexo de culpa versus tristeza construtiva (2Co 7:6-10)
Nessa passagem, Paulo contrasta a "tristeza segundo o mundo" com a "tristeza segundo a vontade de Deus", que é uma tristeza construtiva, pois leva a uma mudança positiva.
Tristeza segundo Deus: tristeza construtiva (v.  10a) - produz arrependimento para salvação.
Tristeza segundo o mundo: (v. 10a) - produz morte.




Complexo de Culpa
Tristeza Construtiva
Pessoa focalizada
Você
Deus e outros
Atitude Focalizada
Erros do passado
Prejuízo causados a outros e vontade de realizar obras corretas no futuro.
Motivação para a mudança
Evitar sentimentos negativos (complexo de culpa)
Ajudar outros. Promover o próprio crescimento. Fazer a vontade de Deus.
Reação
Ira,frustração e autocritica
Amor respeito combinados com preocupação
Resultado
  • Mudança externa ( Temporária )
    • Falta de crescimento
    • Mais Culpa
Arrependimento e mudança baseados numa atitude de amor e respeito mútuos
    2. Um exemplo
    Imagine que você vai ouvir música com um amigo e, acidentalmente você liga o aparelho dele na voltagem errada. O complexo de culpa nos leva a ter a seguinte reação: "Me desculpe. Veja como sou desastrado. Que situação horrível!". O ofensor se sente tolo e cheio de auto-crítica. Mas, a tristeza construtiva leva a pessoa a ter outra reação: "Sinto muito. Vou buscar o meu aparelho de som e deixarei com você enquanto o seu estiver no conserto". A tristeza construtiva visa reparar o dano causado ou erro cometido, sem levar a pessoa a ter uma sensação de que o mundo acabou.

    III -  As causas da culpa
    1. Causas legítimas
    A) Desobediência à Palavra. A Bíblia é o padrão para identificar a culpa (Rm 2: 1-2).
    B) Pecados não confessados fazem com que o crente se sinta culpado e não perdoado (I Jo 1:9).
    C) Conflitos não resolvidos. Quando negamos conceder perdão ou pedir perdão (Mt 6: 14-15).
    D) Satanás. Causa sentimentos de culpa através da acusação (Ap 12: I O).

    2. Causas não-legítimas
    A) Peso de consciência. A consciência não é um guia de confiança (I Co 10:29; ITm 4:2; IJo 3:20).
    B) Desejo de agradar a todos. A pessoa sente culpa por ter que contrariar alguém ou por dizer "não".
    C) Perfeccionismo. Muitas vezes o crente estabelece um padrão moral ou espiritual de vida que nem o próprio Deus exige dele (Dt 10: 12:13 - em lugar de Israel, coloque o seu nome).
    A) Engano ministrado por falsos mestres (At 20:29-30).
    3. Perguntas para discernir o falso sentimento de culpa
    b) Sinto peso de culpa porque desobedeci algum princípio bíblico?
    c) Continuo sentindo peso de culpa, mesmo depois de ter confessado meu pecado?
    d) O sentimento se relaciona a um padrão perfeccionista que estabeleci para mim mesmo?
    e) O sentimento vem porque tenho medo de ser frio e não me sentir culpado de nada?
    "Carregar falsos sentimentos de culpa é pior do que carregar os verdadeiros" (Autor Desconhecido).

    III – Efeito da Culpa
    O ser humano reage de diversas formas ao sentir-se culpado por algo que fez ou deixou de fazer.
    I. Reação de defesa
    O indivíduo culpa os outros para justificar seus atos, fica zangado e nega sua responsabilidade.
    2. Reação de auto condenação Ansiedade, baixa estima, pessimismo, insegurança e autopunição.
    3. Reação social
    Afasta as pessoas e se afasta delas. Torna-se crítico demais e isolado.
    4. Reação física
    Por causa da tensão, o corpo sofre e enfraquece.
    5. Reação de arrependimento e perdão Os efeitos da culpa não são todos negativos. Alguns aprendem a se conscientizar de seus erros, a melhorar através deles, a confessar-se a Deus e aos outros, e alegrar-se na segurança de que "se confessamos nossos pecados, ele é fiel e usto para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça" (I Jo I :9).
    'I - Como tratar a culpa (SI 32)
    o Salmo 32 é um bálsamo para aquele que busca o perdão de Deus. Veja o que nos ensina.
    I. A culpa é uma doença moral, por isso o tratamento é espiritual (SI 32: 1-2)
    Nesse Salmo, Davi nos ensina que a culpa surge por causa de fracassos morais não-confessados e não perdoados. Em outras palavras, a culpa é uma doença moral capaz de afetar a mente, a alma e o corpo do ser humano. O primeiro ser humano a senti-Ia foi Adão, e desde então seus descendentes sofrem física e emocionalmente as conseqüências de seu erro. Mas essa doença tem cura. Deus Se compromete, em Cristo, a apagar os pecados confessados usando o perdão e a justificação. E o resultado do tratamento é a alegria verdadeira (bem-aventurado). Vejamos o caso apresentado em João 8:3-11, no qual uma mulher foi apanhada em adultério. Ela era culpada e se sentia dessa forma, mas Jesus não era como os demais que queriam condená-Ia. Ele não aprovou seu pecado nem abaixou os padrões de Deus, mas ordenou­lhe com bondade e firmeza "vai e não peques mais". Mesmo nessas condições, Deus não nos rejeita.
    2. Arrependimento e confissão é o segredo do perdão (SI 32:3-4)
    Davi sofreu as consequências do pecado não confessado. Da mesma forma, muitos crentes experimentam sentimentos de culpa pouco saudáveis, que levam à depressão, perda da paz, medo, complexo de inferioridade, solidão, e um sentimento de rejeição não-verdadeiro por parte de Deus.
    3. Deus não espera de nós perfeição, mas disposição (SI 32:5-7)
    Deus espera de nós uma tentativa sincera de fazer a Sua vontade da melhor maneira que pudermos. Deus não está tão interessado no que fazemos ou deixamos de fazer, mas em quem realmente somos e em que estamos nos tornando. Aquele que é compassivo, também ama incondicionalmente e perdoará nossos pecados sem exigir de nós expiação ou penitência, pois a expiação e a penitência não são mais necessárias, porque Cristo já pagou pelos pecados humanos, " ... uma única vez, o justo pelos injustos, para conduzir-vos a Deus ... " (I Pe 3: 18).
    'I J - Prevenir
    é melhor que culpar-se
    Há determinadas atitudes que devemos tomar ante o sentimento ou o complexo de culpa com as quais beneficiaremos a nós mesmos e ao próximo.
    I. Ensinar a doutrina bíblica do perdão. A melhor maneira de aprender é experimentar e praticar.
    2. Mostrar a diferença entre complexo de culpa e tristeza construtiva.
    3. Ajudar os irmãos a compreender que Deus conhece nossas fraquezas e não nos rejeita por causa delas, mas perdoa, ajuda e restaura com amor, todo aquele que arrependido confessa seu pecado a Ele.
    4. Examinar à luz da Bíblia as expectativas e padrões de "certo e errado". O que eu penso ser "certo" é certo porque a Bíblia diz, ou porque eu penso assim? Da mesma forma para o que eu penso ser "errado".
    S. Lembrar que os sentimentos de culpa pelo pecado não são maus, pois podem nos estimular a confessar o pecado ou a resolver um conflito de relacionamentos.
    6. Pedir ajuda adequada, quando se sentir incapaz, não-perdoado ou rejeitado. A pergunta é: como ajudar as pessoas que recisam de arrependimento sem criar nelas um complexo de culpa?" Lembre-se que há psicólogos cristãos, devidamente preparados para lidar com o complexo de culpa.

    CONCLUSÃO:
    A reação construtiva diante da culpa deve ser o arrependimento, a confissão e o abandono do pecado, independente de achar-se digno ou indigno, limpo ou sujo ou sentir-se rejeitado por Deus. Se não há arrependimento, confissão e abandono do pecado, Satanás vai conseguir que o sentimento de culpa seja um aliado em seu propósito de afastar-nos de Deus.

    Devemos acreditar que a solução final para a culpa e os sentimentos de culpa é admitir nossa culpa, confessar o pecado a Cristo e, quando necessário, aos outros, e então crer que com a ajuda de Cristo, somos perdoados e aceitos por Deus. E Ele, nos ajudará a aceitar, amar e perdoar tanto a nós mesmos como aos outros. A culpa do crente já foi removida na cruz do Calvário, por iniciativa do Senhor. E, com a ajuda do nosso Salvador, temos um meio de tratar os sentimentos de culpa.
    "O propósito do perdão de Deus não é apenas aliviar a nossa consciência, mas nos dar uma vida plena."

    Inferioridade e Auto – Estima



    Introdução

        Vez por outra, a visão errônea sobre nós impede que vivamos bem conosco, com os outros, com Deus e Sua igreja. O conceito que temos sobre o que somos, nossos pontos fortes e fracos, as habilidades e o valor que atribuímos a eles podem fazer toda a diferença para o viver em abundância que o evangelho nos propõe.

        Temos vivido tempos em que a imagem externa tem sido extremamente valorizada. Tempos em que somos frequentemente comparados com modelos superficiais. O número de academias de ginástica tem aumentado em função da procura, não apenas pelo interesse por uma qualidade de vida melhor, mas em busca de uma aparência que atenda ao padrão que a mídia tenta impor. A moda dita regras que tem a capacidade de direcionar nossos gostos e gastos. É comum ouvirmos pessoas que dependem da opinião alheia como ponto de referência do que é certo. Isso tudo tem um preço, que por vezes vai além do que podemos suportar. Quantas vezes nos vestimos ou usamos determinado acessório, não por gostarmos, mas apenas para estar na moda, ou agradar a outras pessoas! Poucos se interessam pelo que somos, mas pelo que ostentamos ou aparentamos ser ou ter. Aliás, há quem considere fraqueza ou ingenuidade pontos que sob o referencial bíblico são louváveis. Vamos avaliar e encontrar a resposta.

     I - Existe diferença entre autoconceito, auto-imagem e auto-estima?

        Todos temos um conceito próprio que pode coincidir com o que realmente somos ou não. Alguns nem percebem que tal conceito é puramente teatral, fruto de um personagem que personificamos e que não tem nada a ver com o que Deus projetou. Há pessoas que procuram demonstrar que são calmas, quando, na verdade são extremamente nervosas, mas tal atitude não se mantém por muito tempo. Cedo ou tarde a verdadeira personalidade é revelada.
    Adicionar legenda


        Quando avaliamos nossa competência e relevância, e a influência que exercemos no meio em que vivemos, aí sim, estamos lidando com nossa auto-estima. Essa avaliação deve ser equilibrada e requer maturidade para alcançar resultados confiáveis. A hipervalorizarão ou hipo-valorização própria são sinais de instabilidade emocional e ou espiritual, além de provavelmente terem raízes mais profundas que pensamos.

    II -  Auto-estima versus inferioridade

        Nunca seremos o tempo todo confiantes ou inseguros. No decorrer da vida, passaremos por alta auto-estima ou baixa auto-estima, provocados por nós mesmos, por outras pessoas ou por Satanás. Sentimentos como soberba, orgulho, vaidade, auto-desprezo, inferioridade, baixa auto-estima não estão em consonância com o que Deus orienta em Sua Palavra. Devemos estar atentos para não cairmos como o Rei Nabucodonozor, que iludido com seu pseudopoder desceu ao patamar de um animal, e nem pensarmos como Samuel que julgou que o filho de Jessé a ser ungido rei seria o mais forte, alto e bonito, pois Deus vê o coração.

    III - Causas de inferioridade
    Alguns fatores podem interferir em nossa auto-estima.

    1. O relacionamento entre pais e filhos
    Sabemos quanto é importante para o filho saber o que seus pais pensam dele. Sua auto-estima será diretamente proporcional, em grande parte, ao valor expresso por seus pais. Atitudes positivas como: elogios justificados, carinho, valorização, respeito e atenção vão gerar alta auto-estima; enquanto superproteção, frieza, distanciamento, cobranças além da capacidade do filho, certamente, provocarão sua baixa auto­estima.

    2. Nossa história, carregada de experiências
    Pessoas cujas histórias são marcadas pelo fracasso, tendem a desenvolver baixa auto­estima, falta de perspectiva quanto ao futuro, por só se avaliarem pelo pouco que deu certo.

    3. Pecado
    Culpa e remorso por contrariar os preceitos de Deus podem nos levar a uma autocrítica negativa e à decepção. Além disso, o fato de saber que desagradamos ao Pai nos deixa inseguros quanto à Sua aceitação, e nos vemos como pessoas indignas do perdão e do amor de Deus.

    4. Alvos inacessíveis
    Partindo de padrões irreais, podemos querer alcançar o que não temos estrutura ou meios, o que leva à frustração e sentimento de incapacidade e inferioridade ante os outros.


    IV -  Implicações da inferioridade

    Pessoas que sofrem de baixa auto-estima, que se sentem inferiores às outras, enfrentam problemas decorrentes da seguinte leitura de si próprios.

    1. Dificuldade de relacionamento com Deus
    Podemos nos sentir tão pequenos que achamos que nem mesmo Deus nos aceita e valoriza. Revoltamo-nos contra o que Ele não faz ou não muda, além de culpá-Lo pelo que somos. O amor eterno incondicional de Deus expresso em Jeremias 31:3 pode nos ajudar a que amemos a nós próprios e tenhamos um melhor relacionamento com o Senhor.

    2. Dificuldade de relacionamento com os outros
    Dá para imaginar quanto uma pessoa com baixa auto-estima pode tornar-se insuportável, rancorosa, amarga, reprimida e triste. O isolamento é uma consequência de tal comportamento. Muitas pessoas se utilizam dessa maneira de ser para chamar a atenção e manipular as pessoas; outras são incapazes de se sentirem amadas.

    3. Dificuldade de relacionamento consigo mesmo
    Muitas vezes a baixa auto-estima nos impede de ver quem e como realmente somos. Devemos sempre lembrar que, aos olhos do Pai, somos preciosos. Tanto que Ele deu Seu Filho para salvar-nos da perdição eterna. Ele também capacitou pessoas que podem nos ajudar quando atravessamos dificuldades. Pastores, conselheiros, psicólogos cristãos, irmãos em Cristo estão ao nosso alcance para obtermos ajuda, a fim de que tenhamos uma compreensão correta de quem somos e do que precisamos fazer para nos ajustar corretamente, de acordo com a Palavra de Deus.

    V - Implicações da supervalorização, orgulho e soberba

    “ A soberba precede a ruína" (Pv 16: 18). Esse sábio provérbio pode nos alertar quanto ao perigo de nos supervalorizar. Ter a consciência dos nossos talentos e reconhecermos o que fazemos bem não é soberba. Soberba é quando nos esquecemos que tudo o que somos e temos, devemos ao Senhor (Dt 8: I 1- 17 ; I Cr 29: 14; SI 24: I; 2Co 5: 18; Tg 4: 13-16), e esse pecado produz em nós a necessidade de louvor, reconhecimento e aplausos por parte dos outros.
    A "queda" é uma das grandes consequências da arrogância. Conviver com uma pessoa que é simplesmente the best, "o máximo" também é muito difícil. Tais pessoas não dão oportunidade para outros; são críticas, superficiais e não reconhecem o valor dos demais.


    VI - Alcançando a auto-estima adequada

    Na Palavra de Deus, encontramos o padrão, os parâmetros para dirigir cada setor de nossa vida, inclusive a parte psicológica. Nossa comunhão com Deus pode proporcionar uma verdadeira terapia. Ele nos conhece melhor que todos. Podemos nos abrir em cristalina transparência, pedindo cura e perdão, bem como o retorno ao projeto original de Deus para nós. Deleitar-nos na Bíblia que nos oferece grandes desafios de beleza espiritual é agir com sabedoria, não obstante nosso exterior, bens ou status.



    Precisamos redescobrir e pôr em prática orientações que encontramos na Palavra, como: perdão daqueles que provocaram a nossa baixa auto-estima. Por outro lado, não devemos culpar outros e abster-nos de responsabilidade, se a falha for nossa; é saudável resgatar dons, talentos e habilidades que de forma tão especial nos faz úteis na obra do Senhor. Ele nos deu esses dons e, como a própria Bíblia ensina, os que usarem bem seus talentos ganharão outros.


    Conclusão
    Deus tem uma maneira especial de ver Seus filhos. Mesmo que nós não nos valorizemos ou que outros não o façam, cada um de nós é precioso para o Senhor. Ele que nos criou, nos conhece e pode nos fazer desfrutar de um viver saudável, capaz de irradiar a Sua beleza. O pecado certamente interfere nesse processo. A soberba é pecado, mas ter auto-estima baixa é atitude contrária à de Deus. Devemos buscar equilíbrio e observar como temos tratado as pessoas e reconhecê-las como gostaríamos de ser tratados e reconhecidos.

    Discípulos um Atleta de Cristo


    As olimpíadas são maravilhosas! Que espetáculo! É o maior evento esportivo do planeta. Toda a programação é idealizada com um único objetivo:
    "Exaltar os vencedores". As modalidades esportivas são as mais variadas possíveis: natação, vôlei, futebol, corrida, etc. Em todas elas há os vencedores, aqueles que ficam com a tão sonhada medalha de ouro.
    Nós, cristãos, também participamos de uma olimpíada, e nela podemos ser classificados ou desclassificados. Precisamos nos esforçar perseverar, transpor obstáculos se quisermos ser classificados. 

    o apóstolo Paulo comparou a vida cristã a uma olimpíada. Vejamos o que ele escreveu em sua carta aos coríntios: "Vocês não sabem que de todos os que correm no estádio, apenas um ganha o prêmio? Corram de tal modo que alcancem o prêmio. Todos os que competem nos jogos se submetem a um treinamento rigoroso, para obter uma coroa que logo perece; mas nós o fazemos para ganhar uma coroa que dura para sempre. Sendo assim, não corro como quem corre sem alvo, e não luto como quem esmurra o ar. “Mas esmurro o meu corpo e faço dele meu escravo, para que, depois de ter pregado aos outros, eu mesmo não venha a ser reprovado”
    (I Co 9:24-27 - NVI). 

    Nesta ministração, vamos destacar duas características dos atletas vencedores.
    Eles Possuem Disciplina
    A maioria das pessoas não gosta de ouvir a palavra disciplina. Talvez porque ela nos leve a pensar em algo que irá nos prejudicar nos forçar a mudanças ou talvez qualquer outra coisa que não seja agradável. O que vem à sua mente quando você ouve esta expressão: "Precisamos ter disciplina"?
    Os atletas que aspiram participar de uma olimpíada precisam submeter-se a um treinamento rigoroso, controlar a alimentação, o peso, o tempo de repouso, o tempo de treinamento, etc. Enfim, precisam de muita disciplina.
    A revista Veja trouxe matéria interessante sobre um dia na vida da Seleção Brasileira de Ginástica Olímpica Feminina. Vejamos como é o dia dessas atletas.
    O treino começa pontualmente às 8 horas. As ginastas fazem aula de balé até as 9 horas. Às 9h30_começam as séries de exercícios. Após o primeiro período de treinos, as ginastas almoçam às 12 horas. O cardápio é composto de frango com salada. As que estão acima do peso são obrigadas a fazer uma refeição diferenciada, sob a vista dos técnicos. Às 13h 15 as atletas têm aulas particulares nas próprias dependências do ginásio onde realizam os treinos. Antes do segundo período de treinos as ginastas são obrigadas a se pesar (15 horas). São três pesagens por dia: de manhã, a tarde e à noite. Às 18 horas findam os treinamentos e dá-se início à fisioterapia, pois muitas atletas sentem dores e recebem anti-inflamatórios. Finalmente, às 19 horas as atletas vão à faculdade. 

    E quanto a nós, cristãos, quais são as disciplinas necessárias para sermos vitoriosos? O autor Richard J. Foster em seu livro, Celebração da Disciplina, classifica os vários tipos de disciplinas como sendo "interiores, exteriores e associadas", as quais são relevantes para o nosso desenvolvimento emocional, intelectual e espiritual. Comentemos sobre as "disciplinas interiores".
    Meditação - A meditação cristã é uma busca por esvaziar a mente dos assuntos terrenos a fim de enchê-Ia com a Palavra de Deus (SI 63:6; Gn 24:63).
    Oração - "Se não estivermos dispostos a mudar, abandonaremos a oração como característica perceptível de nossas vidas" (At 6:4;Lcll:I). 

    Jejum - "Em vários aspectos seu estômago é como uma criança mimada, e as crianças mimadas não precisam de presentes, precisam de disciplina" (SI 35: 13; Ed 8:21-23; Mt 6: 16; At 13:2,3).
    Estudo - "Daqui a cinco anos você estará bem próximo de ser a mesma pessoa que é hoje, exceto por duas coisas: os livros que ler e as pessoas de quem se aproximar" (Jo 8:32; SI 119:9,11; Dt 1:18).
    O renomado escritor russo Leon Tolstói observou: "Todos pensam em mudar a humanidade e ninguém pensa em mudar a si mesmo".
    Eles possuem Perseverança
    Segundo o dicionário, o termo perseverança significa: "persistência, continuação; constância; insistência; teimosia". Facilmente, podemos ver esta palavra e os seus significados na conduta dos atletas, pois justamente por ela é que eles têm cada vez mais quebrado os recordes mundiais em várias modalidades. 

    E nós, atletas de Jesus Cristo, temos perseverado? 

    Temos batido novos recordes pessoais espirituais? 

    A Bíblia nos diz que Deus não tem prazer naqueles que desistem no meio da olimpíada, "Se retroceder, nele não se compraz a minha alma" (Hb 10:38). 

    Conforme Hebreus 12: I, existem pesos e pecados que podem nos impedir de ser perseverantes, de correr bem a carreira que nos está proposta. Os maratonistas têm buscado usar equipamentos cada vez mais leves, de maneira que os auxiliem a concluir bem a corrida. Eles sabem a importância do peso que carregam consigo.
    Nós estamos atentos para os pesos desnecessários que tantas vezes carregamos? Talvez eles sejam: namoro com descrente; amigos que não compartilham da mesma fé cristã; emprego que não glorifica a Jesus; músicas ouvidas e vez por outra cantadas; assunto que absorve o tempo na internet ou à frente da Tv. Os interesses próprios podem significar um grande peso e logo se transformar em pecado, se permitirmos que o egoísmo nos domine. 

    A nossa grande luta é discernir o que é peso e o que é pecado, pois eles andam bem próximos um do outro. Porém, tanto um quanto outro nos atrapalham na corrida. 

    Conclusão
    Os atletas das olimpíadas recebem medalhas de ouro, prata ou bronze. Porém, em pouco tempo eles e suas medalhas transformam-se em apenas lembrança do passado. Os atletas de Jesus Cristo receberão não uma medalha, mas sim uma coroa incorruptível (I Co 9:25). Ela é um prêmio para a eternidade, que não ficou presa a um passado e que não vai ser esquecida no futuro: a coroa da salvação em Cristo Jesus!