quinta-feira, 10 de outubro de 2013

PRINCESAS GUERREIRAS

Com quem se parece uma princesa guerreira? Pense em Joana d' Are. Pense em Madre Teresa. Pense em Ester. Pense em Maria de Betânia. Pense em Arwen. Pense em Éowyn. Pense em Débora. Pense em Maria, mãe de Jesus. Mulheres que foram sábias, astutas, fortes, for­mosas, corajosas, vitoriosas e muito presentes.
Acabo de voltar de um retiro para mulheres no qual Deus se manifestou por elas. Foi impressionantemente lindo. Minha amiga Susie estava lá e me contou a seguinte história sobre como Jesus veio até ela e duas de suas companheiras de quarto de uma só vez e as ensinou a assumir sua posição contra o inimigo.
A sessão noturna era sobre o tema "Curando a ferida" e havia sido cedida às mulheres uma hora de pacto de silêncio para que pu­dessem ouvir Deus. Elas estavam pedindo para Deus revelar as men­tiras debaixo das quais vinham vivendo, as sentenças com as quais haviam concordado e os votos que, por consequência, haviam feito. Oramos pedindo a graça e a coragem de Deus para elas, para que renunciassem às mentiras, por mais certas que parecessem, para que convidassem Deus a curar seu coração ferido e para que falassem a verdade. As mulheres estavam tomando notas, orando, chorando, buscando á Deus e o convidando os lugares profundo de sue coração para revelá-los e curá-los.
Susie voltou para seu quarto para fazer suas anotações, como fizeram. Fizeram duas de suas companheiras cie quarto .. ; pnmeira  meI:"­ra do inimigo na qual ela percebeu que haÜa acreditado e com a qual havia convivido durante toda a sua vida era: "Não fale nada Não fale nada. Não fale nada." Sem que ela soubesse, uma de suas companheiras de quarto estava escrevendo em seu diário a principal mentira sob a qual vinha vivendo: "Você não tem nada de valor para oferecer. Não ofereça nada. Não ofereça nada. Não ofereça nada." A outra companheira estava escrevendo sobre a mentira com a qual havia convivido e na qual havia acreditado: "Ninguém estará ao seu lado. Você é problemática demais. Não peça nada. Não peça nada. Não peça nada" .


Foi então que a "Não peça nada" começou a ter um sério ata­que de asma, e a "Não peça nada" não tem asma. Nunca havia tido asma. Os filhos de Susie têm sérios ataques de asma; ela já havia ido com eles inúmeras vezes ao pronto-socorro. De imediato, Susie re­conheceu de que se tratava o ataque. Mas estava cumprindo o pacto de silêncio. Ela não deveria falar. Sua mentira estava gritando para ela: "Não fale nada!" , mas ela se arriscou a perguntar para a mulher que estava sufocada e respirava com dificuldade: "Você está bem?" A mulher, em uma luta para respirar, despachou Susie dizendo: "Es­tou bem", ao mesmo tempo em que ouvia: "Não peça nada! Não peça nada! Não peça nada!"

A "Não ofereça nada" estava observando, ouvindo e perce­bendo que sua companheira de quarto estava com problemas, mas ficou paralisada, acreditando que nada tinha a oferecer. Ela estava ouvindo:  "Não ofereça nada; não ofereça nada; NÃO ofereça nada!" As três continuaram assim por alguns minutos críticos. "Não fale nada", "Não ofereça nada" e "Não peça nada", um triângulo de morte, até que Susie viu que sua companheira de quarto estava fi­cando roxa, tentando desesperadamente respirar e em uma terrível necessidade. Susie agarrou a " Não ofereça nada " e disse " Preciso de sua ajuda!"

Mentiras, ódio e assassinato. Satanás e os anjos caídos, agora demônios, foram expulsos, mas não estão acorrentados. Ainda não. Agora, "o Diabo, o inimigo de vocês,  anda ao redor como leão, rugindo e procurando a quem possa devorar" (1 Pedro 5:8). E ele devora. Ele ataca, mutila, rouba, mata e destrói em todo o lugar que puder fazê­10, e o ímpeto de sua malícia cai sobre os que levam a imagem de Deus. Sobre você e sobre mim. Sobre a Amada. Satanás é um tirano mau e cruel, e um tirano não desistirá a menos que alguém mais forte se coloque diante dele e o exponha tal como ele é. É isso que você tem de fazer porque "aquele que está em [você] é maior do que aquele que está no mundo" (1 João 4:4).


Finalmente, fortaleçam-se no Senhor e no seu forte poder. Vis­tam toda a armadura de Deus, para poderem ficar firmes contra as ciladas do Diabo, pois a nossa luta não é contra seres huma­nos, mas contra os poderes e autoridades, contra os dominado­res deste mundo de trevas, contra as forças espirituais do mal nas regiões celestiais. Por isso, vistam toda a armadura de Deus, para que possam resistir no dia mau e permanecer inabaláveis, depois de terem feito tudo (Efésios 6: 10-13).

Há uma Oração Diária que John e eu, e nossa equipe minis­terial, fazemos todas as manhãs. É boa, verdadeira e muito útil. Você irá encontrá-Ia no final deste livro. Também é boa para homens e mulheres. Uma querida amiga nos contou certa vez que, enquanto estava orando sobre a armadura de Deus, ela a viu com seus olhos espirituais, e ela era leve e linda. Deus fez de você uma mulher. In­tencionalmente. Talvez seria útil você saber que, ao usar a armadura de Deus, nada é diminuído - nem sua beleza, nem sua feminilida­de, nem seu coração terno, misericordioso e poderoso.

Uma adorável jovem escreveu para mim contando que, as­sim como ela tem muito cuidado para se vestir de manhã, ela tem muito cuidado para vestir a armadura de Deus. Veja a primeira parte de sua oração.

 
PRINCESAS GUERREIRAS

Agora ponho com gratidão a armadura que tu tens provido para mim - cingindo-me com o cinto da verdade; amarran­do tudo o que é vulnerável de minha feminilidade; primeiro, minha necessidade de que alguém vá atrás de mim e lute por mim. Obrigada também por ires atrás de mim e lutares por mim todos os dias.

Também cinjo meu desejo de ser insubstituível em teu plano supremo. Tu tens colocado esse desejo em mim e eu o envolvo com tua verdade, esperando aquilo que tu farás. Dá-me olhos para ver cada dia à luz de tua ação, para viver na grandeza de tua história.
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Cinjo meu desejo para oferecer vida por meio de meus dons, a beleza que tu tens me concedido. Peço-te que continues a revelar e a confirmar o que desejas fazer por meu intermédio e tudo o que me tens dado. Creio que tens me chamado pelo meu nome e tens me dado um amor, uma beleza, um dom para derramar sobre minha família, sobre meus amigos e sobre aqueles que trazes até mim. Que este dia seja uma oferta de amor derramada diante de ti sobre o altar de minha vida.

Permita-nos dizer mais uma vez. Sua vida é uma História de Amor inserida no meio de uma batalha de vida e morte. A beleza, a aventura, a intimidade são as coisas mais verdadeiras. Mas é uma ba­talha para conquistá-Ias e uma batalha para mantê-Ias. Uma batalha por seu próprio coração e uma batalha pelo coração dos que estão à sua volta. "O SENHOR é guerreiro, o seu nome é SENHOR" (Êxodo 15: 3). Jesus luta em seu favor e em favor daqueles que você ama. Ele pede que você se una a ele.

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

A PAIXÃO REQUER ENFOQUE

Você sabe por que há muitos jovens que se desviam do plano de Deus e até mesmo da vida cristã? Porque eles se dedicam a fazer algo que nada tem a ver com sua paixão. 
CONCENTRE-SE EM UM FOCO Quanto maior é o enfoque, mais intensidade (poder) se produz. Se você reduzir a área de alcance de uma luz e comprimi-la até um determinado ponto, obterá raio laser. Sabia que com esse laser é possível cortar o aço e até médicos o usam em cirurgias? E o que esse laser é? Nada mais do que luz direcionada. Quanto mais a luz é direcionada, mais ela se concentra e sua intensidade aumenta,tornando-a mais forte. Se ao ler este princípio da paixão você ficou pensando "Tudo bem, este princípio da paixão é muito bom, mas eu não tenho paixão!",é muito provável que você não tenha enfoque em sua vida. Quanto mais focado você estiver, mais intensidade (paixão) você terá em relação a algo.
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ESTA É A CHAVE! A chave para a paixão é o enfoque. Quanto mais você se concentrar em algo e focá-lo, mais paixão você terá! Eu lhe garanto! Paixão +Enfoque = Resultados.
 1. A PAIXÃO É UM REQUISITO PARA A LIDERANÇA, NÃO UMA OPÇÃO Vejamos o que a Bíblia diz sobre paixão e liderança: A. JESUS SE COBRIA DE PAIXÃO Vestiu-se de justiça,como de uma couraça, e pôs o capacete da salvação na cabeça; pôs sobre si a vestidura da vingança e se cobriu de zelo, como de um manto (Isaías 59: 1 7). A Bíblia diz que Jesus Cristo se vestia com um manto de zelo, ou seja, se cobria com um manto de paixão. Ter paixão é uma decisão. Da mesma forma como decido colocar um paletó e me vestir com ele, também decido vestir-me de zelo e de paixão, como fazia Jesus. Ele decidiu viver apaixonado. A paixão é uma decisão, não um sentimento.

 1. MUITAS VEZES A DIFERENÇA ENTRE O SUCESSO E O FRACASSO É O ÂNIMO (JOSUÉ 1 :6-7,9) Quando Josué ia assumir a condução do povo de Israel, entre todas as instruções de que precisava, Deus lhe deu a mais importante: "Josué,tenha bom ânimo! Apaixone-se". Não se preocupe com os"como?"; Deus nunca teria lhe pedido para se apaixonar se você não pudesse fazer isso. MELHOR É TER BOM ÂNIMO E para provar a veracidade das minhas palavras, quero lhe fazer uma pergunta: "Que teria acontecido se, quando voltasse a Ziclague, Davi tivesse ficado deprimido como os demais homens, e outra pessoa tivesse se levantado para animá-los e dizer-lhes que Deus lhes daria de volta tudo o que havia sido levado?" Esse homem teria sido o novo líder! A liderança e a influência não podem ser conquistadas senão há paixão. Muitas vezes o ânimo éa única coisa que separa o sucesso do fracasso.

1. QUANTO MAIS ALTO FOR O Nível DA LIDERANÇA, MAIS IMPORTANTE É TER UMA ATITUDE DE BOM ÂNIMO Portanto, visto que temos este ministério pela misericórdia que nos foi dada, não desanimamos (2 Coríntios 4: 1 - NVI). Pelo fato de sermos líderes, não podemos nos dar ao luxo de desmaiar ou desanimar; é isso que Paulo nos explica Pelo fato de sermos líderes, não podemos nos dar neste versículo. Quanto mais elevado for o nível de liderança que ocupamos, mais importante é manter o bom ânimo.

D. AQUELE QUE ESTÁ NO COMANDO PRECISA LIDERAR COM ZELO ... se é dar ânimo,que assim faça; se é contribuir, que contribua generosamente; se é exercer liderança, que a exerça com zelo; se é mostrar misericórdia, que o faça com alegria (Romanos 1 2: 8 - NVI) . Trabalhem com entusiasmo e não sejam preguiçosos. Sirvam ao Senhor com o coração cheio de fervor (apaixonado) (Romanos 1 2: 11 - BLH) . Muitas coisas irão acontecer em sua vida, e talvez você não entenda algumas delas e não saiba o que fazer. Mas lhe garanto que é possível aprender lidar com seu próprio coração para não permitir que você se desanime. Você pode vencer todas as coisas! Ajuste o foco.
 Cris Monteiro

segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Somos adotados na família de Deus


A igreja é o povo chamado por Deus das trevas para a luz, da escravidão para a liberdade, do pecado para a santidade, da perdição para a salvação. O homem natural está longe de Deus, é rebelde contra Deus, e está morto em seus delitos e pecados. Ninguém vem a Deus por si mesmo. Ninguém pode vir a Cristo se o Pai não o trouxer. É Deus quem opera no homem tanto o querer quanto o realizar. É Deus quem tira a viseira dos seus olhos e o tampão dos seus ouvidos. É Deus quem abre o coração e dá o arrependimento para a vida. É Deus quem dá a fé salvadora e justifica o pecador.
A igreja é o povo chamado do mundo para um relacionamento particular com Deus. Somos adotados na família de Deus. Somos filhos de Deus, herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo. Fomos chamados para um lugar de vida e não para as sombras da morte. Fomos chamados para vivermos de forma abundante e superlativa e não para nos apresentarmos no palco do mundo com um arremedo de vida. Fomos chamados para a liberdade em Cristo e não para colocarmos novamente nosso pescoço no jugo da escravidão.

A igreja é um lugar de vida, e nós podemos usufruir essa vida abundante, por três razões:
Em primeiro lugar, porque aqueles que estão em Cristo ao olharem para o passado têm convicção de que seus pecados foram perdoados. Todo aquele que pela fé veio a Cristo, e o recebeu como Salvador, foi justificado e não pesa mais sobre ele nenhuma condenação. Com respeito à justificação foi liberto da condenação do pecado. Seus pecados foram cancelados. Sua dívida foi paga. A lei foi plenamente cumprida e as demandas da justiça satisfeitas. Quem está em Cristo é nova criatura. Recebe um novo coração, uma nova mente, uma nova vida, uma nova família, uma nova pátria. Nosso passado foi passado a limpo e fomos lavados no sangue de Jesus e, agora, temos uma nova vida, sem as peias da culpa.
 Em segundo lugar, porque aqueles que estão em Cristo ao olharem para o presente têm convicção de que podem viver estribados no poder de Deus. Aquele que está em Cristo não está mais debaixo do poder do pecado. Não é mais escravo do pecado. O poder que opera nele não é mais o poder da morte, mas o poder da ressurreição. Nele habita plenamente a palavra de Cristo. Ele foi feito templo do Espírito Santo. Cristo habita em seu coração pela fé. Ele morreu para o pecado e, agora, está vivo para Deus. A suprema grandeza do poder de Deus está à sua disposição para viver vitoriosamente, pois com respeito à santificação foi liberto do poder do pecado.
Em terceiro lugar, porque aqueles que estão em Cristo ao olharem para o futuro têm
convicção de que caminham para a glória. O nosso futuro já está determinado. E determinado não por um destino cego, mas pelo Deus onipotente. Aqueles que Deus conheceu, predestinou, chamou e justificou, a esses Deus também glorificou. Nossa glorificação é um fato futuro, mas na mente de Deus e nos decretos de Deus já está consumado. Não caminhamos para um ocaso lúgubre, mas para a eternidade bendita. Não marchamos para um túmulo gelado, mas para a ressurreição gloriosa. 
Não nos assombramos diante de um futuro incerto, mas gloriamo-nos na esperança da glória de Deus. Receberemos um corpo semelhante ao corpo da glória de Cristo. Viveremos e reinaremos com Cristo por toda a eternidade. Deus, então, enxugará dos nossos olhos toda a lágrima, porque com respeito à glorificação seremos libertos da presença do pecado.

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

A MORTE DE UMA IGREJA




I Coríntios 1.10-17
“Por que uma igreja morre?” Esse foi o questionamento feito por um garoto de doze anos a um velho pastor. Com os olhos marejados de água, enquanto folheava as páginas da Bíblia, o ancião dizia ao garoto: “Os cristãos cometem muitos enganos nesse assunto. Muitos pensam que a igreja morre em conseqüência dos ataques de Satanás. Mas o inferno não tem poder para destruir a igreja. Pelo contrário; diante da igreja, são as portas do inferno que não podem prevalecer. O maior inimigo da igreja não são os demônios nem alguma ausência de atividade evangelística, nem alguma deficiência no ensino, nem algum tipo de problema financeiro, mas as divisões entre os crentes. Jesus afirmou que um reino dividido não pode subsistir (Marcos 3.24). Assim, se a igreja está dividida, ela não consegue sobreviver. Antes, ela morre.” 

 O apóstolo Paulo sabia que a morte de uma igreja acontecia como conseqüência das divisões. Por isso mesmo, tão intensamente, ele alertou a igreja de Corinto sobre esse assunto. Em I Coríntios 1.10-17 ele escreveu sobre isso. Nas suas palavras contra a divisão, Paulo apontava para o próprio Senhor Jesus: Cristo não estava dividido e, por isso, nós, os cristãos, devemos lutar contra as divisões. 

Devemos lutar contra a diferença na linguagem
Uma das causas da multiplicação das divisões é a diferença na linguagem. Se as pessoas de uma comunidade começam a não concordar naquilo que falam, essa comunidade corre um sério risco de morrer. Paulo sabia disso. Por isso, quando escreveu para os crentes de Corinto, ele alertou: “Irmãos, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo, suplico a todos vocês que concordem uns com os outros no que falam, para que não haja divisões entre vocês, antes, que todos estejam unidos num só pensamento e num só parecer.” (I Coríntios 1.10)
A diferença na linguagem acontece quando os cristãos começam a enfatizar um único ensinamento em detrimento dos demais ensinamentos da Escritura. É como se um grupo começasse a enfatizar somente a batalha espiritual; outro, somente a teologia sistemática; um terceiro grupo, somente missões; outro, somente a cura divina; um quinto enfatizasse somente as células; outro, somente a importância do seminário; e assim por diante. São vários grupos distintos dentro da igreja dizendo que os seus ensinamentos são os mais importantes e os mais relevantes, anunciando somente as suas linguagens características. Inconscientemente, eles vão promovendo a divisão dentro da igreja. 

A sobrevivência da igreja depende da unidade na linguagem. Os cristãos dos primeiros séculos sabiam disso. Por isso, quando um crente se levantava trazendo algum ensinamento diferente daquele exposto na Bíblia ou que enfatizasse apenas um único aspecto da Bíblia, logo iniciava-se uma “movimentação santa”. Os crentes se reuniam e debatiam sobre aquele novo ensinamento até identificarem a posição das Escrituras e os problemas de se enfatizar apenas um único ponto. Eles não descansavam até que a linguagem fosse unificada dentro da igreja.
Devemos lutar contra a ênfase no partidarismo
O ser humano tem uma tendência natural de se ligar aos grupos com os quais se identifica. Isso não é ruim; faz parte da nossa individualidade como seres humanos e a Bíblia não condena esse tipo de associação natural. Mas a Bíblia condena, sim, aquela associação que nasce a partir de divisões dentro de um determinado grupo. Ela condena as associações com ênfase no partidarismo, em que as pessoas valorizam o seu próprio grupo e desprezam os demais. Era isso que estava acontecendo dentro da igreja: as diferenças de linguagem estavam provocando divisões e promovendo partidarismos. (I Coríntios 1.12) 

Esse tipo de postura só esvazia o significado de igreja, enfatiza a criação de partidos dentro da comunidade, faz nascer divisões entre as pessoas e enfraquece a igreja. Mas Cristo, o Cabeça da igreja, não está dividido. Por isso mesmo nós devemos lutar contra a ênfase no partidarismo. 

Devemos lutar contra a competição por pessoas
Dentro das disputas na igreja de Corinto, os grupos procuravam se fortalecer, tentando conseguir o maior número possível de adeptos através dos batismos. Na cabeça deles, quando alguém batizava o batizado já era adepto do grupo desse alguém. E, absurdamente, esses grupos estavam promovendo essa competição, usando o nome de Paulo, de Apolo e de Pedro. Diante disso, Paulo pergunta: “Acaso Cristo está dividido? Foi Paulo crucificado em favor de vocês? Foram vocês batizados em nome de Paulo? Dou graças a Deus por não ter batizado nenhum de vocês, exceto Crispo e Gaio; de modo que ninguém pode dizer que foi batizado em meu nome (Batizei também os da casa de Estéfanas; além destes, não me lembro se batizei alguém mais). Pois Cristo não me enviou para batizar, mas para pregar o Evangelho.” (I Coríntios 1.13-17a). 

Paulo mostra que era um absurdo as pessoas se dividirem em partidos e competirem por pessoas. Cristo não está dividido; por isso, devemos lutar contra a competição por pessoas. Devemos entender que as pessoas que chegam à igreja não nos pertencem, mas a Cristo. Nós somos apenas os vasos usados por Deus para ministrar o Evangelho àqueles que se convertem. Ainda que devamos ser modelos para as pessoas, devemos formar seguidores – não de nós mesmos, mas de Cristo. Se cada pessoa formar seguidores dela mesma, haverá várias linguagens, vários partidos e grande divisão dentro da igreja. Contudo, como afirmou o apóstolo Paulo, Cristo não está dividido.

Pessoas dividadas, corações dividos, corações partidos e fé quase morta.
Frutos divididos futuramente dividirão novamente  a igreja. 



Crédito estudos.gospelmais

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

ALEGRIA DO ESPÍRITO SANTO

O apóstolo Pedro em sua primeira carta fala da alegria indizível e cheia de glória. Essa alegria é mais do que um sentimento que alimentamos, fruto de circunstâncias favoráveis. Essa alegria não vem de nós mesmos nem dos outros. É uma alegria vinda de cima, gerada por Deus, ação do Espírito Santo em nós. Martyn Lloyd-Jones em seu livro Joy Inspeakeable, afirma que essa alegria é o resultado da plenitude do Espírito Santo. Vamos, agora, considerar algumas características dessa alegria:

Em primeiro lugar, a alegria indizível tem uma origem divina. Não produzimos essa alegria indizível na terra. Ela não é resultado de uma personalidade amável, de um temperamento dócil nem mesmo de circunstâncias favoráveis. Nenhuma experiência vivida por nós, por mais intensa e arrebatadora poderia ser classificada como uma alegria indizível e cheia de glória. Essa alegria tem uma origem celestial. Vem do céu. Deus é a fonte dessa alegria. Só na presença dele existe plenitude de alegria. Só na sua destra há delícias perpetuamente.

Em segundo lugar, a alegria indizível tem uma natureza sobrenatural. A Bíblia diz que a alegria faz parte do próprio conteúdo do evangelho, pois o evangelho é boa nova de grande alegria. O reino de Deus que está dentro de nós é alegria no Espírito Santo. O fruto do Espírito é alegria e a ordem de Deus é: “Alegrai-vos”. A alegria que nasce em Deus e jorra para o nosso coração por intermédio do Espírito Santo não é apenas um sentimento de bem-estar nem apenas um momento de euforia que se esvai com o tempo. Não é como a alegria passageira que os aventureiros buscam na cama do adultério nem como o êxtase que se busca nas aventuras loucas das drogas. Pelo contrário, é uma alegria pura e santa que asperge a alma com o bálsamo da paz. É um contentamento que domina mente e coração mesmo que as circunstâncias sejam tempestuosas. Pedro fala dessa alegria para os crentes da dispersão, para gente que estava sendo banida da sua terra e perseguida pelo mundo.

Em terceiro lugar, a alegria indizível tem um propósito glorioso. Quando o povo de Deus desfruta da alegria de Deus, o próprio Deus é glorificado. Não há melhor recomendação do evangelho do que um indivíduo experimentar a antecipação da glória neste mundo tenebroso. Não há impacto mais poderoso no mundo do que um cristão, depois de ser torturado, ainda cantar na prisão. Não há argumento mais eloquente acerca do poder do evangelho do que um cristão ser afligido e ainda assim estar com um brilho na sua face e cânticos de louvor em seus lábios. Não há evidência mais robusta acerca do poder de Deus do que um cristão, mesmo depois de enfrentar as perdas mais severas ainda adorar a Deus e dizer: “O Senhor Deus deu, o Senhor Deus tomou, bendito seja o nome do Senhor”.

Em quarto lugar, a alegria indizível tem um resultado extraordinário. Se o propósito da alegria indizível é trazer glória ao nome de Deus no céu, o seu resultado é transformar vidas na terra. A alegria indizível do povo de Deus é um testemunho eloquente acerca do poder transformador do evangelho. É um argumento irresistível, uma prova insofismável e uma evidência irrefutável de que o evangelho não é um sugestionamento barato para iludir pessoas incautas, mas o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê. A alegria é uma poderosa força evangelizadora na terra. A alegria do povo de Deus é uma voz altissonante acerca da eficácia da mensagem evangélica. Na verdade é uma espécie de apologética final, o argumento irresistível. Neste mundo marcado de tantas más notícias e encharcado de tanta tristeza, podemos experimentar a alegria do céu, a alegria vinda de Deus, a alegria indizível e cheia de glória. Sua alma já transborda dessa alegria? Esse é um privilégio dos remidos do Senhor e uma evidência da plenitude do Espírito Santo.

O Senhor é o dono da nossa alegria!!!!

Um cheiro da Cris


Elias




 Introdução

Elias foi um dos mais destacados servos de Deus mencionados no Velho Testamento. Ele testificou de Deus no meio da idolatria, enfrentando o rei de Israel, sua ímpia rainha, Jezabel, e os 450 profetas de Baal (1Rs 18); ele orou a Deus, e não choveu naquela terra por três anos e seis meses. Contudo, “Elias era homem semelhante a nós, sujeito aos mesmos sentimentos” (Tg 5.17). Este homem simples, sem origem definida, aparece na história do povo escolhido e deixa marcas indeléveis na história Bíblica. Foi o grande profeta levantado por Deus no reino de Israel (o reino do norte, o reino das dez tribos), num momento de grave crise espiritual. Ele confiou, não em si mesmo, mas na força do Senhor (1Rs 18.46), e viu o cuidado do Senhor durante o seu ministério. Em três ocasiões diferentes, o Senhor providenciou alimento de forma milagrosa para Elias, alimento indispensável para que ele pudesse continuar testemunhando do Senhor: junto ao ribeiro de Querite (1Rs 17.5,6), na casa da viúva de Sarepta (17.9) e no deserto (19.4-7). A vida de Elias ensina-nos que a determinação, isto é, a disposição firme de servir a Deus e cumprir o seu ministério é qualidade indispensável para alcançarmos a vitória espiritual. Tenhamos todos uma excelente e abençoada aula!

I. A IDENTIDADE DE ELIAS

1. Sua terra e sua gente. Elias é daquelas personagens da Bíblia de que nada ou quase nada sabemos antes do início do seu ministério. Elias surge nas páginas sagradas em I Rs.17:1 e de forma repentina, sem qualquer explicação, nem mesmo da sua genealogia, como é costumeiro fazer-se quando se trata, pelo menos, de personagens da história de Israel. É apresentado apenas como “Elias, o tisbita, dos moradores de Gileade”. Seu nome, que, em hebraico é ‘Eliáhu” (“Elias” é a forma grega do nome), significa “YAH é Deus” [YAH (JÁ) é uma forma abreviada do nome divini YAHWEH (JAVÉ), traduzido em português como “SENHOR”. O nome de Elias corresponde ao tema do seu ministério: “o Senhor é Deus e não existe outro” e sintetiza de forma sublime, todo o seu ministério profético: demonstrar ao povo do reino de Israel que o seu Deus é YAHWEH, o mesmo “Eu sou o que sou” que havia Se revelado a Moisés no monte Horebe. Além do local de origem, sobre Elias é revelado apenas que se tratava de um judeu que tinha um modo característico de trajar-se, diferente do modo usual dos judeus de seu tempo, tanto que bastava a descrição desta vestimenta para identificá-lo: “…um homem vestido de pêlos e com os lombos cingidos de um cinto de couro…” (2Rs 1.8). Isto nos dá a entender que Elias deveria ter uma vida mais ou menos retirada da comunidade, uma espécie de “eremita” no deserto, o que, aliás, inspirou algumas ordens religiosas cristãs, notadamente a ordem dos “carmelitas”, que se inspiraram em Elias para construir a sua vida monástica.
2. Sua fé e seu Deus. O próprio nome Elias, que significa "YAHWEH é Deus" ou "YAHWEH é meu Deus", já expressa seu caráter e sua função na história bíblica. O nome Elias corresponde à missão do profeta e à sua mensagem. E como a consideração disso deve tê-lo encorajado! Podemos também juntar ao seu extraordinário nome o fato de que o Espírito Santo designou Elias como “o tesbita”, o que muito significativamente quer dizer aquele que é estrangeiro aqui. Também temos de perceber um detalhe adicional que ele era “dos habitantes de Gileade”, cujo nome significa Rochoso — por causa das características montanhosas daquele país. É sempre alguém assim que Deus levanta e usa numa hora crítica: um homem que seja totalmente dEle, separado da perversidade religiosa do seu tempo, e que habita lá no alto; um homem que, no meio de terrível decadência, sustenta no coração o testemunho de Deus. Ele foi um campeão do monoteísmo de YAHWEH. É ele quem mantém a fé em YAHWEH entre o povo e quem luta com vigor pelos Seus direitos. Sua árdua luta contra todo sincretismo religioso faz deste profeta, que "surgiu como fogo e cuja palavra queimava como uma tocha", uma figura de primeira linha na sucessão das duas Alianças. Enquanto o livro apócrifo do Eclesiástico (48.1-11) canta suas glórias, os livros dos Reis nos contam sua vida de forma ampla. Nesta narração distinguem-se dois ciclos: "o ciclo de Elias" (1Rs 17 - 2Rs 1,18), que se centra na atividade do profeta, e o "ciclo de Eliseu" (2Rs 2-13), que começa com o arrebatamento de Elias, momento em que Eliseu o sucede. “Então, Elias, o tesbita, dos moradores de Gileade, disse a Acabe: Tão certo como vive o SENHOR, Deus de Israel, perante cuja face estou, nem orvalho nem chuva haverá nestes anos, segundo a minha palavra” (1 Reis 17.1). Deus, triunfantemente, agora levanta uma poderosa testemunha para Si mesmo. Elias nos é aqui apresentado da forma mais abrupta. Nãohá registro da sua parentela nem de como ele vivia. Não sabemos nem a que tribo ele pertencia, apesar de que o fato de que ele era “dos habitantes de Gileade” indique provavelmente que ele pertencia ou a Gade ou a Manassés, porque Gileade se encontrava entre essas duas tribos.“Gileade se situa ao leste do Jordão: era região deserta e rude; suas colinas estavam cobertas de florestas desordenadas; seus terríveis lugares ermos somente eram interrompidos pelo súbito aparecimento dos riachos das montanhas; seus vales costumavam ser frequentados por ferozes feras selvagens”. “Tenho sido zeloso pelo SENHOR, Deus dos Exércitos” (1 Reis 19.10). Essas palavras não podem significar menos do que isto: ele tinha profundo amor e preocupação com a glória de Deus, e a glória do Seu nome significava para ele mais do que qualquer outra coisa. Em consequência, ele deveria estar sofrendo profundamente e cheio de santa indignação à medida que ficou sabendo mais e mais das terríveis características e da extensão da deserção de Israel de Jeová.
SINOPSE DO TÓPICO (I)
Elias era oriundo de Tisbe, lugarejo a leste do Rio Jordão. Seu nome significa “YAHWEH é o meu Deus”. 

II. O MINISTÉRIO PROFÉTICO DE ELIAS

1. Sua vocação e chamada. Num curto espaço de tempo desapareceu qualquer vestígio da terra de Israel da correta adoração de YAHWEH e uma grosseira idolatria se tornou desenfreada. Adoravam-se os bezerros de ouro em Dã e em Betel, erigiu-se um templo a Baal em Samaria, os “postes-ídolos” de Baal apareceram por todo lado, e os sacerdotes de Baal passaram a dominar a vida religiosa de Israel. Declarava-se abertamente que Baal vivia e que YAHWEH já não existia. É possível perceber o estado revoltante que se havia instalado nesta declaração: “Também Acabe fez um poste-ídolo, de maneira que cometeu mais abominações para irritar ao SENHOR, Deus de Israel, do que todos os reis de Israel que foram antes dele” (1Rs 16.33). Desacato ao Senhor Deus e perversidade grosseira chegaram ao seu ponto culminante. Isso fica mais evidente do seguinte texto: “Em seus dias, Hiel, o betelita, edificou a Jericó” (v. 34). Isso foi uma terrível insolência, porque no passado já tinha sido escrito: “Naquele tempo, Josué fez o povo jurar e dizer: Maldito diante do SENHOR seja o homem que se levantar e reedificar esta cidade de Jericó; com a perda do seu primogênito lhe porá os fundamentos e, à custa do mais novo, as portas” (Js 6.26). A reconstrução da amaldiçoada Jericó era uma visível provocação à Deus. Ora, foi em meio a essa escuridão espiritual e degradação que se apresenta no palco da ação pública, com brusca dramaticidade, uma solitária, mas impressionante testemunha do Deus vivo. Um famoso comentarista iniciou as suas observações a respeito de 1 Reis 17 dizendo o seguinte: “O mais ilustre profeta, Elias, foi levantado no reino do mais perverso dos reis de Israel”. Esse é um breve mas exato resumo da situação de Israel naquele tempo: não apenas isso, mas isso fornece a chave para tudo o que se segue. É de fato lamentável contemplar as terríveis condições que prevaleciam. Havia-se extinguido toda e qualquer luz, havia-se silenciado toda e qualquer voz de testemunho da parte de Deus. A morte espiritual havia-se espalhado sobre tudo, e parecia que Satanás tinha de fato conseguido dominar a situação.
2. A natureza do seu ministério. Provavelmente, a questão que mais atormentava Elias era a seguinte: “Como é que eu devo agir?” O que é que ele, um rude e inculto filho do deserto, poderia fazer? Quanto mais pensava nisso, mais difícil deve ter parecido a situação; e sem dúvida Satanás deve ter soprado em seu ouvido: “Você não pode fazer nada; a situação não tem solução”. Mas havia uma coisa que ele podia fazer: entregar-se àquele grande recurso reservado a todas as almas profundamente atormentadas — ele podia orar. E ele o fez: conforme Tg 5.17 nos informa, ele orou “com instância”. Ele orou porque estava persuadido de que o Senhor Deus vivia e governava todas as coisas. Ele orou porque reconheceu que Deus é todo-poderoso e que com Ele todas as coisas são possíveis. Ele orou porque sentiu sua própria fraqueza e insuficiência e por isso voltou-se Àquele que é revestido de poder e é infinitamente autossuficiente. Mas, para ser eficiente, a oração tem de firmar-se na Palavra de Deus, visto que sem fé é impossível agradar a Deus, e a fé “é (vem) pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Deus”(Rm 10.17). Ora, havia uma passagem específica nos livros das Escrituras daquela época que parece ter chamado a atenção de Elias: “Guardai-vos não suceda que o vosso coração se engane, e vos desvieis, e sirvais a outros deuses, e vos prostreis perante eles; que a ira do SENHOR se acenda contra vós outros, e feche ele os céus, e não haja chuva, e a terra não dê a sua messe” (Dt 11.16,17). Era exatamente esse o crime do qual Israel era agora culpado: eles tinham se desviado para adorar deuses falsos. Suponhamos, então, que Deus não executasse esse juízo ameaçador — não pareceria de fato que Jeová não passava de um mito, uma tradição morta? E Elias era “em extremo zeloso pelo Senhor dos Exércitos”, e somos informados que ele “orou, com instância, para que não chovesse sobre a terra” (Tg 5.17). Por meio disso, aprendemos mais uma vez o que é a verdadeira oração: é a fé que se agarra à Palavra de Deus, alegando-a diante dEle, e dizendo: “faze como falaste” (2Sm 7.25).
SINOPSE DO TÓPICO (II)
A inspiração e a autoridade encontradas em Elias denotam a natureza divina do seu ministério.

III. ELIAS E A MONARQUIA

1. Buscando a justiça. Elias surgiu no palco da ação pública durante uma das horas mais escuras da triste história de Israel. Ele nos é apresentado no início de 1 Reis 17, e temos apenas de ler os capítulos anteriores para descobrir o estado deplorável em que se encontrava o povo de Deus. Nunca antes essa nação favorecida tinha se afundado tanto. Haviam-se passado cinquenta e oito anos desde que o reino tinha sido dividido em dois após a morte de Salomão. Durante esse breve período, não menos de sete reis haviam reinado sobre as dez tribos, e todos eles, sem exceção, foram homens perversos. É de fato doloroso traçar o triste curso que seguiram, e ainda mais trágico observar como se tem repetido o mesmo fato na história da cristandade.
2. A restauração do culto. O profeta possuía um nome admirável, rico em significado. Elias pode ser traduzido como “Deus é Jeová” ou “Jeová é meu Deus”. A nação apóstata havia adotado Baal como a sua divindade, mas o nome do nosso profeta proclamava o verdadeiro Deus de Israel. A julgar pela analogia das Escrituras, podemos concluir com segurança que esse nome havia sido dado a ele por seus pais, provavelmente sob impulso profético ou em consequência de orientação divina. No texto de 1Rs 18.31, ficamos sabendo que Elias “tomou doze pedras, segundo o número das tribos dos filhos de Jacó”, isso enfatizou a unidade do povo de Israel, apesar da divisão do reino em dois. Dessa forma, salientou que o fato ocorrido no monte Carmelo não era relevante somente para as tribos do Norte, mas para as tribos do Sul, por semelhante modo (Êx 20.25; 24.4; Js 4). Elias não era uma pessoa que havia se misturado com as estruturas religiosas desvirtuadas e contaminadas do reino de Israel. Nos dias de Elias, vivia Israel uma situação espiritual extremamente difícil. O rei era Acabe, filho de Onri, o fundador da terceira dinastia (família real) do reino de Israel, o reino do norte, o reino das dez tribos que haviam se separado de Roboão, neto de Davi (cf. I Rs.12:16-25). Esta terceira família reinante não se apartou do pecado de Jeroboão, o primeiro rei de Israel (reino do norte), que havia criado um culto próprio, fazendo sacerdotes dos mais baixos entre o povo, e levando o povo a adorar dois bezerros de ouro, um situado em Dã e outro em Betel (cf. I Rs.12:26-33), tendo, além disso, Acabe se casado com Jezabel, filha do rei de Sidom, que, ao se mudar para Israel, trouxe com ela o culto a Baal, o deus da fertilidade dos fenícios, criando, assim, um culto rival ao culto a Deus. Servir a Deus nestas circunstâncias não era nada fácil, pois, ou se adotava o culto oficial do reino, criado no tempo de Jeroboão, idolátrico e totalmente desvirtuado das prescrições da lei de Moisés ou, então, se aderia ao culto a Baal, trazido por Jezabel e que alcançou grande popularidade. Isto explica o distanciamento físico não só de Elias mas também dos filhos dos profetas, que não tinham espaço para, com liberdade, servir a Deus em meio a estruturas sociais altamente desfavoráveis a quem buscasse a presença do Senhor.
SINOPSE DO TÓPICO (III)
Elias denunciou que a casa real havia derrubado o altar de adoração ao Senhor.


IV. ELIAS E A LITERATURA BÍBLICA

1. No Antigo Testamento. Elias foi o principal profeta de YAHWEH quando Acabe e Jezabel estavam promovendo a adoração a Baal em Israel. Elias surge nas páginas sagradas em I Rs.17:1 e de forma repentina, sem qualquer explicação, nem mesmo da sua genealogia, como é costumeiro fazer-se quando se trata, pelo menos, de personagens da história de Israel. Flávio Josefo também fez menção a Elias em suas Antiguidades Judaicas: “Havia agora um profeta do Deus Misericordioso, de Tisbe, uma cidade de Gileade, que veio a Acabe…” (JOSEFO, Antiguidades Judaicas 8:319. Disponível em: http://www.perseus.tufts.edu/cgi-bin/ptext?doc=Perseus%3Atext%3A1999.01.0146;query=whiston%20chapter%3D%23115;layout=;loc=8.363 Acesso em: 31 maio 2007) (tradução nossa de texto em inglês).
2. No novo Testamento. No oriente próximo, era prática comum enviar mensageiros que precedessem um rei visitante com o objetivo de anunciar a sua vinda e de remover quaisquer dificuldades ou obstáculos. No Novo Testamento, Elias é apontado como o último desta categoria a aparecer antes da vinda do Senhor, que é o “Anjo da Aliança”. A missão desse mensageiro é trazer o arrependimento antes do dia do Senhor. O Novo Testamento indica este “Elias” como João Batista (Mt 11.14; 17.10; Mc 9.11-13; Lc 1.17).

SINOPSE DO TÓPICO (IV)
Com Elias, o Antigo Testamento destaca o desenvolvimento da tradição profética no regime monárquico.


CONCLUSÃO

Não podemos desfalecer, apesar das dificuldades dos nossos dias, esta é a grande lição que nos legou o profeta Elias. O pecado aumenta e de forma institucionalizada, amparado por leis esdrúxulas, por isso, tem de aumentar a denúncia contra o pecado. Ainda que haja trevas, ainda que muitos se envergonhem do Evangelho e da Palavra de Deus, devemos repetir aquela palavras ditas pelo profeta Miquéias: “Mas, decerto, eu sou cheio da força do Espírito do SENHOR e cheio de juízo e de ânimo, para anunciar a Jacó a sua transgressão e a Israel o seu pecado” (Mq 3.8). Combatamos o bom combate até que acabemos a nossa carreira. N’Ele, que me garante: "Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus" (Ef 2.8),
Campina Grande, PB
Janeiro de 2013,
Francisco de Assis Barbosa
Cor mio tibi offero, Domine, prompte et sincere.


EXERCÍCIOS
1. Qual o significado do nome Elias?
R. YAHWEH (JAVÉ) é Deus.
2. Que fatos autenticam o ministério profético de Elias?
R. A inspiração e a autoridade espiritual.
3. Descreva a atuação de Elias durante a monarquia na qual viveu.
R. Elias combateu a injustiça e buscou a restauração do culto.
4. Que fatos podem ser destacados sobre o ministério de Elias no Antigo Testamento?
R. Elias possuía um ministério de cunho social, profético e escatológico..
5. Cite pelo menos três referencias bíblicas sobre Elias no Novo Testamento.
R. Mateus 16.14; Marcos 6.15 e Lucas 1.17.

NOTAS BIBLIOGRÁFICAS

TEXTOS UTILIZADOS:
-. Lições Bíblicas do 2º Trimestre de 2012, Jovens e Adultos, As Sete Cartas do Apocalipse — A mensagem final de Cristo à Igreja; Comentarista: Claudionor de Andrade; CPAD;
- Bíblia de Estudo de Genebra. São Paulo e Barueri, Cultura Cristã e Sociedade Bíblica do Brasil, 1999.

OBRAS CONSULTADAS:

http://pt.scribd.com/doc/21991078/A-Vida-de-Elias-capitulos-1-a-8-A-W-Pink
-. Bíblia de Estudo Plenitude, Barueri, SP; SBB 2001;
-. Bíblia de Estudo Palavra Chave Hebraico e Grego, - 2ª Ed.; 2ª reimpr. Rio de Janeiro: CPAD, 2011;
-. HARRISON, R. K. Tempos do Antigo Testamento: Um Contexto Social, Político e Cultural. 1 ed., RJ: CPAD, 2010.
-. SOARES, E. O Ministério Profético na Bíblia: A voz de Deus na Terra. 1 ed., RJ: CPAD, 2010.
-. ZUCK, R. B. (Ed.) Teologia do Antigo Testamento. 1 ed., RJ: CPAD. 2009.


Francisco de Assis Barbosa

segunda-feira, 22 de julho de 2013

O CHORO PODE DURAR UMA NOITE MAS ALEGRIA VEM AL AMANHECER




Referência: Mateus 5.4

INTRODUÇÃO

1. Esta bem-aventurança contém o maior paradoxo do Cristianismo. Poderíamos traduzir: “Felizes os infelizes”. Que espécie de tristeza é esta que pode produzir a maior felicidade?

2. A palavra usada por Jesus para chorar (panthoutes) significa lamentar, prantear pelo morto. Entristecer-se com uma profunda tristeza que toma conta de todo ser de tal maneira que não pode se ocultar (Trench).

3. A palavra chorar segundo William Barclay é o termo mais forte da língua grega para denotar dor e sofrimento. É a palavra que se usa para descrever a morte de um ser querido. Na LXX é a palavra que descreve o lamento de Jacó quando creu que José, seu filho estava morto (Gn 37:34). Não se trata apenas da dor que faz doer o coração, mas da dor que faz nos chorar.

4. Nem todos os que choram são felizes e nem todos os que choram serão consolados. Então, de que tipo de choro Jesus está falando? Choramos por várias razões: choramos pelo luto, choramos de dor física, choramos pela decepção, pelo desespero, pela desesperança, pela saudade, pela compaixão, pela solidão, pela depressão, por amor. Mas de que tipo de choro Jesus está tratando nessa bem-aventurança?

5. Jesus está tratando de duas coisas: 1) Uma declaração: Felizes são os que choram. 2) Uma promessa: esses serão consolados.

I. O QUE ESSE CHORO NÃO SIGNIFICA?

1. Não é o choro carnal

O choro carnal é aquele que uma pessoa lamenta a perda de coisas exteriores e não a perda da pureza. A tristeza do mundo produz morte (2 Co 7:10). Amnom chorou de tristeza até possuir sua própria irmã, para depois desprezá-la (2 Sm 13:2). Acabe chorou por não ter a vinha de Nabote, a qual cobiçava (1 Rs 21:4). Faraó chorou por ter feito o bem, por ter libertado o povo. Ele arrependeu-se de seu arrependimento (Ex 14:15).

2. Não é o choro do remorço e do desespero

Esse foi o choro de Judas. Ele viu seu pecado, ele se entristeceu. Ele confessou seu pecado, ele justificou Cristo, dizendo que ele era inocente. Ele fez restituição. Mas Judas está no inferno e parece ter feito muito mais que muitos fazem hoje. Ele confessou seu pecado. Ele fez restituição. Sua consciência o acusou de ter adquirido aquele dinheiro de forma vil. Mas Judas chorou pelo pecado, mas não foram lágrimas de arrependimento, senão de remorço.

3. Não é o choro do medo das consequências do pecado

Quando Caim matou seu irmão Abel, Deus o confrontou. Ele, então disse,”é tamanho o meu castigo, que já não posso suportá-lo” (Gn 4:13). Seu castigo afligiu-o mais do que o seu pecado. Chorar apenas pelo medo do castigo, apenas pelo medo do inferno é como o ladrão que chora porque foi apanhado e não pela sua ofensa. As lágrimas do ímpio são forçadas pelo fogo da aflição e não do arrependimento.

4. Não é o choro apenas externo e teatral

Jesus diz que os fariseus “mostram-se contristados e desfiguram a face com o fim de parecer aos homens que jejuam” (Mt 6:16). Os olhos estão molhados, mas o coração está seco. Os olhos estão umedecidos, mas o coração endurecido. Quando Acabe soube do juízo de Deus sobre ele e seu reino rasgou as vestes e vestiu-se com com pano de saco (1 Rs 21:27). Suas vestes estavam rasgadas, mas não seu coração. Ele vestia-se de pano de saco, mas não havia choro pelo pecado.

II. O QUE ESSE CHORO SIGNIFICA

1. Deve ser um choro espontâneo

A mulher pecadora de Lucas 7 revelou um arrependimento espontâneo e voluntário. Ela lavou os pés de Jesus com suas lágrimas. Ela veio com unguento em suas mãos, amor em seu coração e lágrimas em seus olhos.

2. Deve ser um choro espiritual

É o choro pelo pecado e não apenas pelas consequências do pecado. Faraó pediu para tirar as pragas, mas jamais desejou tirar as pragas do seu coração. Quando Deus confrontou Davi ele arrependeu-se do pecado e chorou pelo pecado, mais do que pelas consequências do seu pecado. Ele disse: “O meu pecado está sempre diante de mim”. Ele não disse: a espada está sempre diante de mim, o castigo está sempre diante de mim. A ofensa contra Deus feriu-o mais do que o juízo de Deus sobre o seu pecado.

a) Devemos chorar pelo pecado porque ele é um ato de hostilidade e inimizade contra Deus – O pecado ofende e resiste o Espírito Santo (At 7:51). O pecado é contrário à natureza de Deus. Deus é santo e o pecado é uma coisa imunda. O pecado é contrário à vontade de Deus. A palavra hebraica para pecado significa rebelião. O pecado luta contra Deus (At 5:39).

b) Devemos chorar pelo pecado porque ele é um ato de consumada ingratidão contra Deus – Deus enviou-nos seu Filho para redimir-nos do pecado e seu Espírito para confortar-nos. Nós pecamos contra o sangue de Cristo, a graça do Espírito e não deveríamos chorar? O pecado contra o amor de Deus é pior do que o pecado dos demônios, porque a eles jamais foi oferecido a graça. Mas nós caímos e nos foi oferecida graça e ainda pecamos contra ela? Pecamos contra aquele que morreu por nós? Pecamos contra aquele que habita em nós?

c) Devemos chorar pelo pecado porque ele nos priva das coisas excelentes – O pecado nos priva do maior bem, a comunhão com Deus (Is 59:2). Quando pecamos não apenas a paz vai embora, mas Deus também vai embora. Não há comunhão entre trevas e luz. Quando choramos pelo pecado, ansiamos não apenas a volta das bênçãos, mas a volta de Deus (Ex 33). Devemos não apenas chorar, mas voltar-nos para Deus com choro (Jl 2:12). As lágrimas do arrependimento são como as águas do Jordão, elas nos purificam da nossa lepra. Devemos chorar não apenas para nos abster do pecado, mas para odiar o pecado.

3. Deve ser um choro pelo nosso próprio pecado

Feliz é aquele que chora pelo seu próprio pecado. O pecado nos faz pior da que uma serpente. A serpente não tem nada dentro dela senão o veneno que Deus mesmo pôs nela. O veneno é medicinal. Mas o pecador tem dentro de si o que o diabo pôs dentro dele. Pedro disse para Ananias: “Ananias, por que Satanás encheu o seu coração para você mentir ao Espírito Santo?” (At 5:3). Nós temos em nós todas as sementes daqueles pecados que condenam as pessoas ao inferno. Aquele que não chora pelos seus pecados perdeu completamente sua razão.

Será que Esdras errou quando orava fazendo confissão, “chorando prostrado diante da Casa de Deus?” (Ed 10:1). Será que Paulo errou ao gemer: “Desventurado homem que sou! Quem me livrará do corpo desta morte?” (Rm 7:24). Há pouco choro pelo pecado em nós e entre nós. No dia 18/10/1740 David Brainerd escreveu em seu diário: “Em minhas devoções matinais minha alma desfez-se em lágrimas, e chorou amargamente por causa da minha extrema maldade e vileza.”

O choro pelo pecado deve ser um choro intenso. A palavra que Jesus usou é a mais intensa para o sofrimento. É a mesma palavra da dor do luto por quem amamos. Foi a palavra usada para o choro de Jacó por José. Pedro chorou amargamente depois de negar a Jesus. Esse deve ser o lamento pelo pecado dentro da igreja.

O que se opõe ao choro pelo pecado? Primeiro, é a dureza de coração ou coração de pedra (Ez 36:26). Um coração de pedra não pode se derreter em lágrimas. Esse coração é conhecido pela insensibilidade e pela inflexibilidade. A Bíblia nos exorta a não endurecermos o nosso coração (Hb 3:7,8). Hoje nós choramos pelos tempos difíceis, mas não pelos corações duros.

Muitos em vez de chorar pelo pecado, alegram-se nele – A Bíblia fala daqueles que se alegram de fazer o mal (Pv 2:14), daqueles que se deleitam na injustiça (2 Ts 2:12). Esses são piores do que os condenados que estão no inferno. Os ímpios que estão no inferno, não se deleitam mais no pecado. Ora se Cristo verteu o seu sangue pelo pecado, alegrar-nos-emos nele? O choro pelo pecado é o único caminho para nos livrarmos da ira vindoura.

4. Deve ser um choro pelo pecado dos outros

Davi chorou pelos pecados daqueles que desobedecem a Deus: “Torrentes de água nascem dos meus olhos, porque os homens não guardam a tua lei”. Jeremias chorou a condição terrível de Jerusalém sendo destruída. Jesus chorou sobre a cidade impenitente de Jerusalém. Paulo disse: “Pois muitos andam entre nós…e agora vos digo até chorando, que são inimigos da cruz de Cristo” (Fp 3:18).

Devemos chorar pelas blasfêmias da nação. Pela violação do pacto, pela profanação do nome de Deus, pela remoção dos marcos e dos absolutos. Devemos chorar pela escassez daqueles que choram. Devemos chorar pela frieza da igreja. Devemos chorar pela falta de choro pelo pecado na igreja. Devemos chorar por causa dos escândalos que afastam as pessoas de Deus e do evangelho.

III. QUAIS SÃO OS MOTIVOS PARA ESSE CHORO

1. O choro pelo pecado é o melhor uso das lágrimas

Se você chorar apenas por perdas de coisas materiais, você desperdiçará suas lágrimas. Isso é como chuva sobre a rocha, não tem benefício. Mas o choro do arrependimento é composto de lágrimas bem-aventuradas, de lágrimas que curam, que libertam.

2. O choro pelo pecado é uma evidência da graça de Deus

O choro pelo pecado é um sinal do novo nascimento. Assim como a criança chora ao nascer, aquele que nasce de novo também chora ao pecar. Um coração de pedra jamais se derrete em lágrimas de arrependimento. Só um coração de carne, é sensível à voz de Deus.

Aqueles que nascem do Espírito, que têm um coração quebrantado, têm também tristeza pelo pecado.

3. O choro pelo pecado é precioso

Quando a mulher pecadora lavou os pés de Jesus com suas lágrimas e enxugou-os com os seus cabelos, podemos afirmar que suas lágrimas foram um unguento mais precioso do que o melhor perfume. Quando os nossos corações se quebram amolecidos pela graça, então, o perfume das nossas obras trescalam suavemente. A Bíblia diz que há alegria no céu por um pecador que se arrepende (Lc 15:7). As lágrimas clamam com eloquência pela misericórdia. Jacó orou e chorou e prevaleceu com Deus e com os homens (Os 12:4). As lágrimas derretem o próprio coração de Deus.

4. O choro pelo pecado produz alegria

O choro pelo pecado é o caminho da verdadeira alegria. Davi, o homem de lágrimas, foi também o mais doce cantor de Israel. “Minhas lágrimas foram o meu alimento” (Sl 42:3). As lágrimas do penitente são mais doces do que todas as alegrias mundanas. Quando Ana chorou diante de Deus, ela voltou para a sua casa com um brilho em seu rosto e com a vitória de Deus em sua vida.

5. O choro pelo pecado agora, previne o choro no inferno depois

O inferno é um lugar de choro e ranger de dentes (Mt 8:12). Mas, agora, Deus recolhe as nossas lágrimas no seu odre (Sl 56:8). Agora Jesus diz: “Ai de vós, os que agora rides! Porque haveis de lamentar e chorar” (Lc 6:25). Agora as lágrimas são bem-aventuradas lágrimas. Agora é o tempo certo de chorar pelo pecado. Agora o choro é como chuva da primavera. Mas se não chorarmos agora, iremos chorar tarde demais!

É melhor derramar lágrimas de arrependimento do que lágrimas de desespero. Aquele que chora agora é bem-aventurado. Aquele que chora no inferno é amaldiçoado. Aquele que destampa as feridas da alma e chora pelo pecado livra a alma da morte eterna.

O choro pelo pecado pavimenta a estrada para a Nova Jerusalém. Para entrar no céu não basta ir à igreja, dar esmolas, fazer caridade. O único caminho é você chorar pelos seus pecados e receber a consolação da graça em Cristo. Jesus disse: “Se porém não vos arrependerdes, todos igualmente perecereis”. Só um remédio que a cura a doença mortal da alma, o verdadeiro arrependimento.

6. O choro pelo pecado é temporal e finito

Depois de um tempo de choro, haverá um perpétuo consolo. No céu o odre de Deus contendo as nossa lágrimas será completamente esvaziado. Deus enxugará dos nossos olhos toda lágrima (Ap 7:17;21:4). Quando o pecado cessar, as lágrimas também cessarão. “O choro pode durar a noite inteira, mas a alegria vem pela manhã” (Sl 30:5).

IV. QUAIS SÃO OS OBSTÁCULOS PARA ESSE CHORO

1. O amor ao pecado

O amor ao pecado faz o pecado saboroso e torna o coração endurecido. Jerônimo disse que amar o pecado é pior do que praticar o pecado. Uma pessoa pode ser surpreendido na prática do pecado inadvertidamente (Gl 6:1). Como você pode entristecer-se pelo pecado, se você ama o pecado? Tenha cuidado com a doçura do veneno. O amor ao pecado mantém você longe da graça.

O pecado é maligníssimo. Há a semente da morte e do inferno em todo pecado. O salário do pecado é a morte. Amar o pecado é amar a morte e o inferno.

2. O desespero pelo pecado

O desespero afronta a Deus, subestima o sangue de Cristo, rejeita a graça e destrói a alma. O desespero diz para você: Não tem mais jeito, não tem mais saída, não tem mais esperança. O desespero é fruto do seu coração enganoso e da mentira do diabo. O desespero apresenta Deus para a alma como um juiz carrasco. O desespero de Judas foi pior do que o seu pecado de traição. O desespero fecha a porta da misericórdia e destrói o arrependimento, o único fundamento da misericórdia. A Bíblia diz que é a bondade de Deus que nos conduz ao arrependimento (Rm 2:4).

3. A presunção da misericórdia

Muitos não choram pelo pecado agora, porque estão falsamente confiando na misericórdia de Deus no dia do juízo. É um profundo engano você repousar na misericórdia de Deus enquanto anda nos seus pecados. A Bíblia diz: “Deixe o perverso o seu caminho, o iníquo os seus pensamentos; converta-se ao Senhor, que se compadecerá dele, e volte-se para o nosso Deus, porque é rico em perdoar” (Is 55:7).

Muitos pensam que Deus esqueceu e perguntam: “Onde está o Deus do juízo?” (2 Pe 3:9). Ah! Dia do juízo! Deus vai julgar suas palavras, suas obras, sua omissão e seus pensamentos! Você vai querer fugir da ira de Deus! Você já pensou na possibilidade de Deus dizer para você: Basta! Chega! É só mais um pecado é será o seu fim! É um terrível perigo abusar da paciência de Deus.

Não há misericórdia sem abandono do pecado, e não há abandono do pecado sem choro pelo pecado.

4. A procrastinação no pecado

Jesus disse que aquele que não crê no Filho não verá a vida, mas sobre ele permanece a ira de Deus (Jo 3:36). Você acha cedo demais para deixar o pecado, mesmo estando sob a ira de Deus? Você acha cedo demais para chorar pelo pecado, mesmo estando sob a potestade de Satanás (At 26:18)? Você vai deixar para o fim, para o leito da enfermidade para chorar pelos seus pecados? Você não sabe que é a bondade de Deus que conduz você ao arrependimento? Você, porventura, já não ouviu Deus dizer: “Se hoje ouvirdes a minha voz, não endureçais o vosso coração”?

V. QUAL É O CONFORTO OFERECIDO AOS QUE CHORAM ESSE CHORO

1. O choro precede o conforto, assim como a limpeza da ferida precede a cura

Deus guarda o seu melhor vinho para o fim. O diabo faz o contrário. Ele mostra o melhor primeiro e guarda o pior para o fim. Primeiro ele mostra o vinho resplandecente no copo, depois o vinho morde como uma serpente (Pv 23:31,32). O diabo mostra o pecado como atrativo, colorido, gostoso, doce ao paladar, e só no fim a tragédia que ele provoca. O diabo mostrou a Judas o valor das 30 moedas de prata, o preço de um campo. Ele mostrou a isca, depois o fisgou com o anzol. Primeiro, ele mostra a coroa de ouro, depois mostra os dentes de leão (Ap 9:7,8).

Mas Deus depois mostra o pior primeiro. Primeiro ele prescreve o choro, mas depois ele promete: sereis consolados!

2. As lágrimas do arrependimento não são lágrimas perdidas, mas sementes do conforto

Aquele que sai andando e chorando enquanto semeia, voltará com júbilo trazendo os seus feixes (Sl 126:5). Cristo tem o óleo da alegria para derramar sobre aqueles que choram. Cristo transforma o odre de lágrimas em vinho novo de alegria. O choro pelo pecado é a semente que produz a flor da eterna alegria.

O vale de lágrimas conduz-nos ao paraíso da alegria. Jesus disse: “A vossa tristeza se converterá em alegria” (Jo 16:20).

O conforto que Deus dá é fundamentado em profunda convicção (Jo 16:7,8). Ele é puro, doce, santo, abundante, glorioso. Pedro fala da alegria indizível e cheia de glória (1 Pe 1:8).

O conforto que Jesus promete é poderoso. A alegria do Senhor é a nossa força (Ne 8:10). Esse conforto floresce até no meio da aflição. Os crentes de Tessalônica receberam a Palavra no meio de muita aflição, com alegria (1 Ts 1:6). Esse conforto faz você gloriar-se nas próprias tribulações (Rm 5:3). Esse é um conforto imortal.

3. Por que, então, alguns crentes ainda sentem a falta desse conforto?

a) Porque eles choram, mas não as lágrimas do arrependimento – Eles vão para as lágrimas, mas não para Cristo. As lágrimas não são o fundamento do nosso conforto, mas o caminho para ele. O choro não é meritório. Ele é o caminho para a alegria, não a causa da alegria. O verdadeiro conforto só pode vir de Cristo.

b) Porque eles se recusam a ser consolados – Há pessoas que se entregam à tristeza, ao lamento, à amargura e se recusam a ser consoladas (Sl 77:2).

c) Porque eles adiam o projeto da felicidade apenas para o futuro – O projeto de Deus não é fazer de você uma pessoa feliz apenas no céu, mas a caminho do céu. Você já é feliz agora. Você é feliz enquanto chora, porque chora. Embora sua alegria aqui ainda não esteja completa, ela já é genuína, verdadeira e real. Macarios fala da alegria de Deus, da alegria suprema, da felicidade absoluta.

4. A natureza do conforto que teremos no céu

A Bíblia diz que na presença de Deus há plenitude de alegria (Sl 16:11). Haverá um dia em que os salvos estarão vivendo no novo céu e na nova terra, onde da praça da cidade, corre o rio da vida, onde está o trono de Deus, onde Deus enxugará dos nossos olhos toda a lágrima.

A Bíblia descreve esse conforto dos salvos no céu como uma festa, a festa das bodas do Cordeiro, onde vamos descansar das nossas fadigas (Ap 14:13).

Como a Bíblia descreve essa festa?

1) O dono desta festa é Deus – Esta festa é a festa das bodas do Filho do Rei. Será uma festa magnificente, gloriosa.

2) Esta festa será incomparável em termos de alegria e provisão – O próprio Jesus levará sua noiva ao banquete. Quantas iguarias especiais teremos no novo céu e na terra. Todos os cardápios servidos nessa festa serão deliciosos. Não haverá falta de coisa alguma deliciosa nessa festa. Quem alimentar-se nessa festa nunca mais terá fome. Quem beber nessa festa nunca mais terá sede.

3) Esta festa será incomparável em termos da companhia dos convidados – Lá estarão os salvos, os anjos, os querubins, serafins. Cristo mesmo lá estará como dono da festa e como nosso anfitrião. Estaremos na incontável assembleia dos santos (Hb 12:22). Seremos uma só família, um só rebanho.

4) Esta festa será incomparável em termos de música – Será a festa do casamento do Noivo como a igreja. Os coros angelicais estarão apostos. As trombetas celestiais estarão afinadas. Um coro cósmico levantará sua voz em exaltação a Deus e ao Cordeiro (Ap 5:12-13). Uma gloriosa música encherá os céus e a terra (Ap 15:2-3).

5) Esta festa será incomparável em termos do lugar onde será celebrada – Esta festa será no paraíso de Deus (Ap 2:7). A cidade santa cujo fundamento são pedras preciosas, cuja praça é de ouro, cujas portas são de pérola, cuja claridade procede do Cordeiro. Esta festa dar-se-á na Nova Jerusalém. A cidade mede 2.400 Km de largura por 2.400 Km de comprimento. É maior do que qualquer cidade do mundo. Ela tem espaço para todos os convidados para as bodas.

6) Esta festa será incomparável pela sua duração – Esta festa não terá fim. Ela nunca acabará. Aqueles que se assentarem nesse banquete nunca se levantarão da mesa. Teremos vestes brancas, coroas, nos assentaremos em tronos, reinaremos com o Rei da glória para sempre e sempre! Oh! bendito conforto para aqueles que agora choram pelos seus pecados.

CONCLUSÃO

As lágrimas do arrependimento têm rolado em sua face? Você se entristece por entristecer o Espírito Santo? Suas lágrimas são de revolta contra Deus ou de náusea pelo pecado?

Espero que você seja um dos que choram, porque a vontade de Deus é que você seja consolado.